terça-feira, 19 de abril de 2011

Segredo e Mistérios Maçônicos

Segredo – fato ou circunstância mantida oculta; o que a ninguém deve ser dito (Michaelis).
Segredo Maçônico – segundo Nicola Aslan, a Maçonaria Operativa mantinha em rigoroso segredo processos técnicos que asseguravam a sobrevivência da arte e dos Talhadores de Pedra, enquanto os modos de reconhecimento garantiam trabalho e proteção para aqueles que viajavam de um lugar para outro.
Hoje, na Maçonaria Especulativa não há mais segredos técnicos e os mesmos Sinais, Toques e Palavras constituíram e constituem o famoso “segredo da Maçonaria” que as autoridades civis e eclesiásticas, sempre desconfiadas, nunca quiseram acreditar.
Porém, segundo Alec Mellor, existe “O Segredo” que é um conceito totalmente filosófico, de conteúdo variável, concebido por alguns como o estado de iluminação interior que se alcança pela Iniciação, que a linguagem humana não poderia traduzir e, portanto, trair, pois as palavras correspondem a conceitos, enquanto o pensamento iniciático transcende o pensamento conceitual.
Mistério – o que é inexplicado, mas que nos deixa perplexos e incita à investigação. Indica tudo que é ocultado e que é conhecido de uns poucos, que guardam segredo.
Mistérios – era o conjunto das cerimônias do culto religioso que, antigamente, era praticado ocultamente, e ao qual se podia assistir se fosse iniciado. Diz-se também que os mistérios eram centros de instrução e de educação da antiguidade, e que eram divididos em Pequenos Mistérios (instrução primaria) e Grandes Mistérios (instrução superior).
Alguns livros ingleses nos dizem que “Jogos de Mistério” (peças teatrais) eram a mais popular forma de entretenimento na Idade Media. Cada Guilda (associação, corporação) ou profissão tinha seus dramas próprios preferidos. A maioria era de origem bíblica. Eles eram produzidos, encenados e simulados pelos membros da corporação, primeiro nas igrejas e depois nas praças públicas, para as quais eles eram expulsos quando os jogos (encenações) se tornavam muito impetuosos e irreverentes (desrespeitosos) para as autoridades sacerdotais.
Esses dramas eram chamados mysteries, não porque eles tratavam de mistérios, magias, fantasmas ou coisas secretas, mas porque eles eram produzidos pelas associações ou mysteres. Esta palavra é uma variante da palavra francesa “mestaire” , cujo significado é: uma ordem ou associação (guilda).
Então essas encenações ficaram conhecidas na Inglaterra como “mysteres’ ou “mysteries”, por que elas eram produzidas pelos “mestaires” ou guildas.
A expressão “Mistérios da Francomaçonaria” significa as cerimônias ritualísticas ou o trabalho em Loja.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A serenidade

Você já parou para observar, algum dia, como as pessoas andam pelas ruas apreensivas?

O semblante sempre carregado e o cenho franzido traduzem a angústia íntima. A problemática em que se encontram mergulhados.

Em alguns momentos, a impressão que se tem é que a maioria das gentes anda em batalha interior constante.

E nos perguntamos: Onde a serenidade? Em especial daqueles de nós que ostentamos o adjetivo de cristãos.

Acaso teremos esquecido a exortação de Jesus: A cada dia basta o seu cuidado? E aqueloutra:

Se pois Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé!

É por essa razão que, com regularidade, a Providência Divina permite que Seus missionários visitem a Terra, travestidos em corpos humanos e nas mais variadas frentes de trabalho.

Recordamos que em 1958, o Mundo assistiu à posse de mais um Papa. Os cardeais, em Roma, encontraram um sucessor para Pio XII, que morrera após dirigir os destinos da Igreja Católica por 19 anos.

Aos 77 anos, Ângelo Giuseppe Roncalli assumiu o papado com o nome de João XXIII. Ângelo Roncalli era um homem que causava um impacto sempre favorável nas pessoas.

Reconhecia claramente suas limitações e era dotado de um vivo senso de humor.

Surpreendeu pela coragem de inaugurar debates sobre temas intocáveis até então.

Em um documento asseverou que todos os homens têm direito de escolher a sua religião.

Em 1960, num dos seus escritos, ele registrou uma página com notável sentimento de religiosidade universal.

Chama-se O Decálogo da Serenidade e contém dez sugestões de conduta para o homem que deseja a paz.

1ª Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez.

2ª Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência; cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo.

3ª Hoje, apenas hoje, serei feliz, na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro Mundo, mas também já neste.

4ª Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos.

5ª Hoje, apenas hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que, assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, assim a boa leitura é necessária para a vida da alma.

6ª Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação e não direi a ninguém.

7ª Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.

8ª Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado. Talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei. E fugirei de dois males: a pressa e a indecisão.

9ª Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem o contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim como se não existisse mais ninguém no Mundo.

10ª Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor. De modo especial não terei medo de gozar o que é belo e de crer na bondade.

* * *

Pense nisso!

O homem do futuro, que define as conquistas das virtudes nos esforços do presente, descobre o imenso prazer de ser bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Pense nisso! Mas, pense agora.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um Papa na Maçonaria

Dentre os Papas, destacou-se pelo ódio anticristão contra a Maçonaria, Pio IX. Mostrou-se rancoroso contra a Instituição depois de Papa. Pio IX chamava-se Giovanni Ferreti Mastai. Ele foi Maçon, tendo pertencido ao quadro de obreiros da Loja Eterna Cadena, de Palermo (Itália). Sob o número 13.715 foi arquivada, em 1839 na Loja Fidelidade Germânica, do Oriente de Nurenberg uma credencial deque foi portador o Irmão Giovanni Ferreti Mastai, devidamente autenticado, com selo da Loja Perpétua, de Nápolis. Como Irmão, como Maçon, Giovanni Ferreti Mastai foi recebido na Loja Fidelidade Germânica. 
O Irmão Ferretti nasceu em 1792. Passou dois anos no Chile,servindo como secretário do vigário apostólico Mazzi; foi Arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Imola em 1832 e foi elevado a Cardeal, em 1840, e eleito Papa em 1846. Confrontando- se as datas, verifica-se que, em 1839, quando o Irmão Ferretti foi fraternalmente recebido na Loja Maçônica na Alemanha, já era Bispo. Ascendendo a Papa, Giovanni Ferretti Mastai traiu seu Juramento, feito em Loja Maçônica, com a mão sobre o Livro da Lei e honrou a Maçonaria com oseu ódio, culminando com a publicação, em 08 de dezembro de 1864, do Syllabus, e em que amontoou todas as bulas papais e encíclicas contra a Maçonaria, de que fizera parte.
A Loja Eterna Cadena, filiada à Grande Loja de Palermo, em 26 de março de 1846 considerando o procedimento condenável do Irmão Giovanni, resolveu expulsá-lo como traidor, depois de convocá-lo para defender-se. Sua expulsão foi determinada por Victor Manuel, Rei da Itália e de toda a Península e Grão-Mestre da Maçonaria da Itália, que decretou mais tarde, em 1865 sua expulsão da Ordem por ter excomungado todos os membros da Maçonaria. Sua expulsão pelo Rei italiano e Grão-Mestre foi classificada como Perjuro. A Igreja Católica sempre tem procurado ocultar este episódio. Pio IX que tão ferozmente investiu contra os Maçons, sobretudo os da Itália, foi feito prisioneiro em 20 de setembro de 1870, pelos patriotas que lutavam e conquistaram a Unificação Italiana, tendo à frente vários Maçons inclusive, entre eles: Garibaldi, Mazzini, Cavour, Manzoni e outros.Apesar de feroz inimigo da Maçonaria, que traiu, Pio IX foi tratado com consideração pelos Maçons, seus aprisionadores. Viram nele o antigo Irmão transviado e, embora fosse ele um Perjuro, prevaleceu o Princípio Sagrado de Fraternidade. Foi belíssima a lição de amor ao próximo, dada pelos Maçons ao Papa Pio IX. 
Em conseqüência da bula Syllabus de Pio IX, contra a Maçonaria, é que surgiu no Brasil, a rumorosa Questão dos Bispos, também denominada Questão Epíscopo-maçônica, quando Dom Vital, Bispo de Olinda, e Dom Antonio Macedo, Bispo do Pará, pretenderam que o Syllabus se sobrepusesse às Leis Civis Brasileiras, exigindo que as Irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos Maçons católicos que a compunham. As Irmandades reagiram e recorreram à Justiça, tendo tido ganho de causa. Os Bispos não acataram a decisão da Justiça. Foram julgados e condenados a quatro anos de prisão, com trabalho forçado. Um ano e pouco depois o Duque de Caxias, Maçon, então Presidente do Ministério do Segundo Império,anistiou-os. 
Este, Caríssimos Irmãos, é mais um episódio maçônico que deve ser divulgado!  


                             Fraternalmente 

             Professor: Gabriel Campos de Oliveira.'. 


segunda-feira, 11 de abril de 2011

NOSSO HINO NACIONAL

Você sabe o que está cantando ?

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Esse pedacinho do Hino, ou estrofe, quer dizer:
As margens serenas e tranqüilas do riacho
Ipiranga ouviram o grito, forte como um trovão,
de um povo heróico, o povo brasileiro. E, nesse
instante, o sol da Liberdade brilhou intensamente
no céu da Pátria.
O nosso Hino começa fazendo-nos lembrar de
quando D. Pedro I declarou, com um famoso grito,
a independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1822,
 às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Aí os versos significam:
Se nós, brasileiros, conseguimos conquistar com
braços fortes a garantia de que o Brasil fosse um
País livre como outras nações, da mesma forma estamos
 dispostos a defender sua independência,
até mesmo expondo o peito à própria morte.
Como você sabe, o Brasil era, até a vinda de
D. João VI, colônia de Portugal, e, mesmo depois
de declarada a nossa independência, tropas portuguesas ainda
 tentaram fazer com que fosse restabelecido o antigo regime colonial. 
Mas as forças brasileiras derrotaram as portuguesas com braço forte.

Ó Pátria amada,
Idolatrada
Salve! Salve!

Ó Pátria amada, adorada, Viva! Viva!
O Salve! Salve! E o Viva! Viva! 
São uma saudação, um cumprimento.

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Brasil, se a imagem do Cruzeiro do Sul brilha
muito em teu céu tão limpo e risonho, um sonho
intenso, um raio cheio de energia, de amor
e de esperança, desce à terra.
O Cruzeiro do Sul é uma constelação maravilhosa,
um conjunto de estrelas em forma de cruz,
que só pode ser visto no hemisfério Sul.
Isso também é motivo de orgulho para os
brasileiros, que podem avistá-lo de quase
todo nosso território, sendo essa uma das
diferenças mais marcantes entre o céu
de Portugal e do Brasil.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza

Brasil, és belo, és forte, colosso que não tem medo,
gigante pela própria natureza,
e o teu futuro reflete toda essa grandeza.
Como você sabe, o Brasil é o quinto maior país
do mundo; seu território, com 8,5 milhões de
quilômetros quadrados, é repleto de riquezas;
e nosso povo é maravilhoso. Então, o futuro
grandioso de nossa Pátria foi aí comparado
ao tamanho do seu território.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Brasil, ó Pátria amada, entre outras mil terras
somente tu és nossa terra adorada!
Entre outros muitos países, somente tu és nosso País!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Brasil, Pátria amada, tu és a mãe gentil
dos filhos deste solo, de todos os brasileiros.


Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!


Deitado eternamente em um admirável berço 
(seu território), ao som do mar e à luz do céu 
profundo, ó Brasil, tu és a jóia preciosa e brilhante 
da América, iluminada ao sol do Novo Mundo!

O Brasil, por ser um país tropical, um dos 
mais ensolarados do mundo, possui em seu 
território uma incrível abundância e diversidade 
de vida, tanto vegetal quanto animal. Nossas matas, 

florestas e animais são maravilhosos, assim 
como nossas praias e mares. Por isso, o nosso 
País é considerado uma jóia brilhante e preciosa.


Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.


Essa estrofe quer dizer:
Brasil, teus risonhos e lindos campos têm
mais flores do que a terra mais vistosa, do mesmo
modo que nossos bosques têm mais vida do que 
outros bosques, e a nossa vida, protegida por ti e

 aconchegada ao teu seio, tem mais amores.
Mais uma vez o Hino está falando de nossas riquezas. 
E, realmente, como nossos bosques são bonitos! 
Como nossas matas são maravilhosas! 
E as nossas flores, então, que cores!


Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!


De novo!
Ó Pátria amada, adorada, Viva! Viva!


Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.


Brasil, que esta bandeira sagrada, estrelada,
exibida por ti, seja símbolo de amor eterno, 
com seu verde e amarelo dizendo, significando: 
paz no futuro e glória no passado.


Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.


Esses versos parecem complicados, mas a 
explicação é fácil: Mas, se o uso da força for 
necessário para que se faça justiça, 
Brasil, tu verás que os teus filhos, que te adoram, 
não fugirão da luta, não temendo nem 
mesmo a própria morte.

Esse trecho do hino fala do uso da força, 
de uma clava. Clava é uma espécie de arma 
antiga, como um bastão daqueles usados 
pelos homens das cavernas.


Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!


Brasil, Pátria amada, tu és a mãe gentil
dos filhos deste solo, de todos os brasileiros.


Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!


Mais uma vez! Terra adorada! Brasil, Brasil!
Brasil, ó Pátria amada, entre outras mil terras
somente tu és nossa terra adorada! Entre outros
muitos países, somente tu és nosso País!


Brasileiros como nós, que nos orgulhamos tanto de nossa Pátria e que podemos expressar todo esse orgulho cantando nosso Hino, bem alto, bem forte, retumbantemente.

PARA REFLETIR


É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.

Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.


(Adrian Rogers, 1931)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Filhos da viuva

Filho da Viúva-Estudos maçônicos

Filho da viúva é um apelido comumente aplicado aos maçons. Viúva, no caso é a própria Maçonaria, enquanto instituição, já que seu fundador, Hiram Abiff foi assassinado. Dessa forma, seus filhos, maçons seriam órfãos de pai. Essa, naturalmente, é uma alegoria, e não é a única inspiração dessa curiosa expressão.
Na verdade, essa expressão é bastante antiga. Ela já era utilizada nas antigas Iniciações, especialmente nos Mistérios Egípcios. Filhos da Viúva eram todos aqueles que se iniciavam nos Mistérios de Ísis e Osíris, pois Ísis era a esposa viúva do deus Osiris,morto pelo seu invejoso irmão Seth.
Na tradição gnóstica, entretanto, há uma lenda oriunda da seita cainita, segundo a qual a famosa Rainha de Sabá, Barcis, quando visitou o reino de Israel, na época de Salomão, não teria se apaixonado pelo famoso e sábio rei, como divulga a tradição, mas sim pelo arquiteto do Templo, Hiram Abiff. Do romance mantido pelos dois teria nascido um filho. Esse menino teria nascido após o assassinato do mestre pelos Jubelos, razão pela qual esse filho do maior maçom da terra era chamado de “o filho da viúva”. Essa lenda foi inclusive tema de uma ópera composta por Gerard de Nerval, que ao que parece, nunca foi encenada.
A expressão permite o desenvolvimento de um simbolismo rico em significação e os maçons espiritualistas souberam utilizá-lo muito bem. Na tradição da Maçonaria, o Filho da Viúva serve tanto para designar os Templários “órfãos” em relação á extinção de sua Ordem e a morte de seu “pai”, o Grão-Mestre Jacques de Molay, quanto aos partidários dos Stuarts em relação á morte de seu rei Carlos I, decapitado por ordem do Parlamento inglês. A viúva daquele rei teria organizado a resistência, sendo a maioria dos seus partidários constituída de maçons. A propósito, foram os stuartistas refugiados na França que desenvolveram a maior parte dos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Filho da Viúva é também Jesus Cristo, cujo pai, José, morreu quando ele era ainda uma criança. Como Jesus consagrou Maria como Mãe de toda a Cristandade, os cristãos são todos filhos da viúva. Filho da Viúva, também, de acordo com outros autores, eram os filhos dos soldados cruzados que embarcavam para a Terra Santa e lá morreram em defesa da fé cristã.
Dessa forma, a expressão carrega um simbolismo bastante apropriado às tradições cultivadas pela Maçonaria.

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DO LIVRO " LENDAS DA ARTE REAL"- NO PRELO

terça-feira, 29 de março de 2011

Jacques DeMolay

Jacques DeMolay nasceu na cidade de Vitrey, na França, no ano de 1244, e já aos 21 anos, DeMolay se juntou a Ordem dos Cavaleiros Templários.
Também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão , esta ordem foi fundada em 12 de junho de 1118 em Jerusalém pôr Hugo de Payens, Cavaleiro de Burgúndia e Godofredo de Sain t’ Omer.
A Ordem dos Templários participou das cruzadas e ganhou reconhecimento pelo seu valor e heroísmo, e a mercê dos bens tomados dos seus inimigos vencidos, ou doados à ordem, chegaram a ser grandes financeiros e banqueiros internacionais, os soberanos da Europa necessitados de dinheiro passaram a invejar sua riqueza. A Ordem foi um dos repositórios de sabedoria oculta na Europa durante os séculos XII e XIII, porém seus segredos só eram transmitidos a alguns membros em seção religiosa sob estrito sigilo. Daí, naturalmente, a razão de lhe haverem os leigos atribuídos as mais horríveis práticas e histórias infamadas.
Em 1298, Jacques DeMolay foi nomeado grão-mestre, uma posição de grande prestigio. Como grão-mestre Jacques DeMolay, entretanto, estava numa posição difícil. As Cruzadas não estava m atingindo seu objetivo. Os sarracenos derrotaram os cruzados em batalhas e capturaram muitas cidades. Em vez de apoio público, os Templários atraíram atenção dos lados poderosos, que estariam interessados em obter poder e riqueza, mas ninguém poderia prever o seu fim brusco e trágico. Conservando-se ainda poderosamente rica, credora do Papa e da corte da França, suas posses passaram a ser avidamente cobiçadas. Em 1305, Felipe o Belo, rei da França tentou obter controle dos Templários, mas não obteve sucesso.
O ano de 1307 foi o começo das perseguições aos Cavaleiros Templários. A Europa já contava com cerca de 704 Conventos e Comendadorias. No dia 12 de outubro de 1307, quinta feira, o 22° Grão Mestre dos Templários, Jacques DeMolay, estava assistindo aos funerais de uma princesa da casa real da França. Estava ele um pouco nervoso, pois corriam boatos sobre os desígnios do rei da França, Felipe o Belo. No ano precedente, o rei Felipe IV da França, tinha solenemente recebido os esquadrões da Ordem que o visitaram na França, onde no centro de Paris, possuíam o famo so castelo do templo, sede geral da Ordem.
Porém, o Grão-Mestre nesta viagem tinha cometido o erro de comparecer perante o rei com uma escolta de sessenta Templários, pertencente à alta nobreza, ostentando o enorme tesouro que tinha trazido da Palestina para ser guardado pelo Templo. Filipe verificara que os TEMPLÁRIOS, representavam uma força verdadeira. Um estado poderoso dentro da França. Jacques DeMolay recusava-se a acreditar que o rei fosse seu inimigo e ainda o defendeu perante todos os Templários desconfiados, declarando que ” tinha certeza da lisura do rei” . Assim, após o funeral, o Grão-Mestre tinha se retirado na Ville Neuve du Temple, que era a sede européia da Ordem, respirando um pouco mais aliviado na sua fortaleza. No fim da tarde , todos os oficiais espalhados pelo reino, e que representavam o poder do rei da França, estavam abrindo uma carta levando o selo real e contendo instruções secretas e trágicas.
Estas cartas estavam sendo lidas no mesmo instante em todos os municípios e cidades da França, nesta noite terrível de 12 para 13 de outubro de 1307. Ao ler o conteúdo da mensagem, os oficiais reais ficaram cheios de medo, pois tratava-se de prender o Grão-Mestre e seus Templários, que eram hóspedes de honra do rei da França; e isto com a autorização do Papa. Como o Papa Clemente V devia sua posição em Avignon às intrigas do rei, foi fácil a sua aquiescência. Essa macabra tarefa foi muito ajudada pelo ex-cavaleiro Esquieu de Floyran, o qual, pessoalmente interessado na desmoralização da Ordem, contra ela levantou as mais duvidosas acusações. Essas acusações foram sofregamente aceitas pôr Felipe IV, que numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, mandou prender todos os Templários da França e o seu Grão Mestre, Jacques DeMolay, os quais submetidos à inquisição, foram, por esta, acusados de hereges. Os sinos da igreja batiam às três horas da manhã, quando, em todo o território francês, as casas do Templo estavam a ponto de serem invadidas soez e covardemente.
Em Paris, foi pessoalmente o Guardião do Selo do rei, Guilherme de Nogaret, que quis liderar a infame expedição contra o próprio Grão-Mestre. Todos os Templários que acompanhavam o Grão-Mestre, bem assim, como os outros espalhados nos Conventos e Comendadorias, cerca de 138, foram postos nas prisões do estado, onde executando-se ordens pessoais do rei, deviam imediatamente, ser interrogados pelos comissários da Inquisição para confessarem “suas culpas” devendo ser empregada a tortura. Entre as acusações mais sérias que instruíram o processo contra os Cavaleiros Templários, figuravam as de apostasia da fé, idolatria e heresia, além dos pecados contra a natureza. Depois de torturas, confissões e execuções, Clemente V oficialmente aboliu a Ordem dos Cavaleiros Templários, no dia 22 de março de 1312. Assim, debaixo da tortura, todos os acusados confessaram aqueles procedimentos. Mas vimos depois que o Grão-Mestre, quando aos 14 de março de 1314 solicitou ser ouvido outra vez , e quando os inquisidores pensavam que o outrora altivo Grão-Mestre, iria implorar perdão ao rei e misericórdia ao Papa, Jacques DeMolay disse:
” Eu penso que isto é certo. Que ao menos num só momento eu devo
falar a verdade. Ante o céu e a terra, e com todos vocês como minhas
testemunhas, eu admito que a ordem é culpad a de grossa iniquidade. Mas a
iniquidade é que eu tenho mentido em admitir as acusações contra a ordem. Eu
declaro que a ordem é pura e santa e está além da questão. Eu tenho realmente
confessado que a orde m é culpada, mas tenho feito isto para somente me salvar
de terríveis torturas.Vida é oferecida para mim, mas ao preço de infanidade.
Neste preço, vida não vale a pena.”

Felipe se sentiu atingido nos seus brios de monarca absoluto que, dois dias depois, pronunciara ele próprio a sentença de condenação de Jacques DeMolay, que devia morrer na fogueira como réu de crimes infames, heresia, sodomia, mas na verdade pelo delito de…. Lesa Majestade! Sobre o rio Sena, em Paris, na ilha hoje denominada de Vert Galant, anteriormente ilha dos judeus ocorreu o holocausto de Jacques DeMolay e dos Cavaleiros Templários. A armação da fogueira requeria muita habilidade; homens encapuzados e fortes dispunham as achas de lenha grossa de forma adequada, mais alta que a estatura do homem, o fogo não poderia ser apagado até que o corpo ficasse completamente destruído.
No alto da fogueira, o Grão-Mestre dos Templários,
Guy D’Auvergnie e o preceptor da Normandia, Godofredo de Charnay estavam amarrados a estacas, lado a lado, e voltados para a sacada real. Haviam colocados na cabeça de todos a infamante mitra de papel dos Hereges. Jacques DeMolay assiste impassível e como indiferente aos preparativos de seu trágico suplício sem um queixume, sem um gesto de desespero que significasse covardia perante a morte. E quando o frade encarregado dos responsos avançava de crucifixo na mão e o conclama a arrepender-se dos crimes contra a religião, o Grão-Mestre responde com a serenidade dos justos:
“Guardai, ó frade vossas orações para o Papa que esse s im vai precisar delas!”.
O olhar do rei e do Grão-Mestre se cruzaram, mediram-se, prenderam-se um ao outro, retiveram-se mutuamente. O rei fez um gesto com a mão e carrasco meteu a estopa acesa entre os feixes da lenha e de cavacos da fogueira .
O vento mudou e a fumaça, de segundo em segundo mais espessa e mais alta, envolveu os condenados, cerca de 54, escondendo-os quase da multidão. O preceptor da Normandia foi o primeiro atingido. Teve um leve movimento de recuo quando as línguas de fogo começaram a lambê-lo, e seus lábios se abriram muito, como procura-se inutilmente respirar um ar que lhe fugia. Seu corpo, apesar da corda, dobrou-se em dois. O fogo dançava em torno dele. Depois um torrente acinzentada de fumaça engoliu-o, quando se dissipou Godofredo de Charnay estava em chamas bramindo e arquejando, tentando-se libertar da estaca fatal que tremia sua base. Via-se que o Grão-Mestre lhe gritara algo, mas a multidão produzia um rumor tão forte no momento que, para conter seu horror, só se pode ouvir a palavra Irmão, duas vezes lançada. O Grão-Mestre ainda não havia sido tocado. Os carrascos atiçavam o fogo com grandes ganchos de ferro. Depois, subitamente, houve um desmoronamento do braseiro e, reavivadas, as chamas atiraram-se contra ele.
De repente a palavra do Grão-Mestre surgiu da cortina de fogo, e com uma força irresistível, com voz que já era quase do além, Jacques DeMolay disse:
“Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos. Deus julgará”.
A chama flagelou-o, queimou-lhe a barba, calcinou em um segundo sua mitra de papel e acendeu seus cabelos brancos. O rosto em fogo do Grão Mestre estava voltado para a sacada real e com voz terrível, gritou:
“Nekan, Adonai!! Khol-BeGoal!! Papa Clemente, Cavaleiro Guilherme de
Nogaret e Rei Filipe: Intimo-os a comparecer perante o Tribunal de
Deus, dentro de um ano
para rceberem o justo castigo. Malditos!! Malditos!!
Todos malditos até a
13ª geraçãode vossas raças”.
Os gases letais interromperam o anátema e DeMolay dobrou-se e perdeu os sentidos. O impacto inesperado deixou a multidão estupefata. Não esperavam essa reação dele, mas cada um sentiu em si o peso da injustiça e a certeza que a maldição se cumpriria. Quarenta dias depois Felipe e Nogaret receberam uma mensagem: “o Papa Clemente morrera”. Felipe e Nogaret olharam-se e empalideceram, no pergaminho dizia qu e a morte ocorrera entre o dia 19 e 20 de abril.
O Papa Clemente morreu pôr ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando retornava á sua cidade natal.

Guilherme de Nogaret veio a falecer numa manhã da terceira semana de Maio, envenenado por uma vela feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d’Hirson. O veneno contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes:
- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d’Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.
- Cristal Esbranquiçado: “Serpente de faraó”. Provavelmente sulfocianeto de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Súlfurico, vapores de mercúrio e compostos anídricos, podendo assim provocar intoxicações. Morreu vomitando sangue, com cãimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos.
Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos nas vizinhanças do local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajudou a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre ” A cruz, a cruz…”. Pediu, como o Papa Clemente, em seu leito de morte, que fosse levado à sua cidade natal, Fontainebleau.
” A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda“, teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Documentos Históricos Maçônicos Recuperados em São Paulo

FONTE G1

Especialistas tentam recuperar parte do acervo do Museu Maçônico, do Rio. Acervo conta a história da Ordem e também do Brasil Império. 

Restauro Maçonaria (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Documentos que contam sobre a Maçonaria foram destruídos por traças, cupins e pela má conservação (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Há um ano, quando pisou no Museu Maçônico do Palácio do Lavradio, no Centro do Rio, com a incumbência de recuperar o acervo, o restaurador Tércio Gaudêncio não tinha ideia de que seu trabalho seria muito maior. Até hoje, ele revira os sacos de lixo onde foram despejados livros e documentos históricos. A maioria traz informações sobre a Maçonaria e o Brasil Império. Gaudêncio conta que, se não tivesse passado pelo depósito do prédio, não teria esbarrado naquele “tesouro”, que agora passa por restauro em São Paulo.

“Estava tudo em 251 sacos pretos de lixo de cem litros. Sem saber o que tinha dentro, fomos abrindo documento por documento e começamos a descobrir coisas fantásticas”, diz o restaurador em sua oficina, na Zona Sul da capital paulista. Entre os documentos recolhidos, o especialista, dono de uma empresa de restauração, aponta raridades. Ele calcula que trouxe em três caminhões para São Paulo cerca de 17 mil documentos, sete mil livros, 30 gravuras e 13 quadros.

Uma das raridades é um decreto do rei português D. João VI, datado de junho de 1823, com, entre outras, a seguinte ordem contra os maçons: "todas as sociedades secretas ficam suprimidas (...) e nunca mais poderão ser instauradas". No acervo, há ainda atas de reuniões da Maçonaria no século 19 e documentos sobre a proclamação da independência do Brasil.

Agora bem guardada em uma caixa está uma Bíblia, que, segundo Gaudêncio, é de 1555 e foi escrita em aramaico, grego antigo e latim medieval. “D. Pedro I ganhou quando se casou. Só existem três edições desta no mundo”, afirma ele sobre a raridade. A publicação ficava exposta aos visitantes em uma vitrine, o que não impediu o estrago. “Jogaram a capa original fora e colocaram outra com uma cola muito ruim”, conta Ruth Sprung Tarasan, uma das coordenadoras do trabalho de restauro.

Irregularidades

Marcos José da Silva, o grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil (ao qual estão subordinadas muitas lojas maçônicas no país), admitiu ao G1 que o prédio onde fica o museu não está em boas condições e sofre com infiltrações, cupim e mofo, entre outros problemas. Ele disse não saber por que parte do acervo estava em sacos de lixo e atribuiu à “falta de uma pessoa habilitada” o fato de o material ter sido acondicionado daquela maneira.


Restauro Maçonaria (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Ruth, Gaudêncio e Ana Maria (de amarelo) mexem
em quadro que está sendo restaurado
(Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
“É desconhecimento, falta de uma pessoa habilitada. Durante muitos anos o acervo não teve a manutenção devida, verificamos em que estado ele estava e resolvemos enfrentar o desafio”, contou ele, sem revelar quem cuidava do museu e quanto custará o trabalho de restauro das peças e de reforma do prédio. A organização, que tem sede em Brasília, assumiu a direção do local em setembro de 2009.

Silva disse preferir acreditar que os livros e documentos históricos não iriam para o lixo. “Acredito que estavam ali para futura apreciação.” As obras começaram em março de 2010 e ele não deu previsão de término.

Da Maçonaria


Por ser maçom e ter muita experiência no ramo, Gaudêncio assumiu a restauração de parte do acervo do Museu Maçônico, o primeiro da categoria na América do Sul. Enquanto ele se debruça sobre livros e papéis destruídos por traças, cupins e mofo, o prédio do museu na capital fluminense passa por reformas.

Parte do material que está sendo recuperada estava nos sacos plásticos pretos. “Ia tudo para o lixo. Dá para imaginar quanta pesquisa a gente podia fazer com isso?”, questiona Ruth, que também é historiadora. “Sou obrigado a ler os documentos e começo a cair de costas porque a história dos livros não é a mesma. Aqui, tenho os originais dos grandes maçons da época. E só quem é da Maçonaria pode mexer nisso”, ressalta Gaudêncio, entusiasmado com o trabalho que teve início em 2010 e que pretende entregar no segundo semestre deste ano. 
Documentos são achados em sacos de lixo (Foto: Divulgação/ Tércio Gaudêncio)
Documentos são achados em sacos de lixo (Foto:
Divulgação/ Tércio Gaudêncio)
O processo de restauração inclui encadernar os livros, recuperar o papel destruído e retocar a tinta das palavras. Para garantir a perpetuação do material, Gaudêncio e sua equipe digitalizam o que conseguem salvar. “Já temos 14 mil documentos digitalizados”, diz ele. O G1 esteve no escritório de Gaudêncio e viu quando a restauradora Ana Maria do Prado tentava recuperar a cor original de dois quadros: o do general Osório e do visconde de Sapucaí.

“O desenho tem muito retoque. Muita gente mexeu; o verniz está oxidado”, revela Ana Maria, que põe na ponta do pincel uma tinta especial para restauradores. “Ela é reversível. Sai com qualquer solvente e não ataca a pintura original”, explica. “Hoje em dia, tudo tem que ser reversível. Não se sabe o que vamos achar daqui a 20 anos”, completa Ruth.

De acordo com Luiz Alberto Chaves, integrante do Grande Oriente do Brasil em Brasília, o prédio do museu na Rua do Lavradio foi comprado em 1840 e passou por dois anos de reformas. Foi sede da Maçonaria até 1978, quando houve a transferência para Brasília.

Maçonaria e a Independência


Apesar de o imperador D. Pedro I ser da Maçonaria, para a professora de história Miriam Dolhnikoff, da Universidade de São Paulo (USP), ele não foi tão influenciado pelos maçons quando declarou a independência do Brasil em 1822. “A Maçonaria não teve toda essa importância no processo de independência. Ela era um espaço de debate político entre outros espaços”, explica Miriam.

“Ele (D. Pedro I) foi maçom porque na época todos da elite eram”, completa a professora. Segundo ela, a Maçonaria defendia que o Brasil deixasse de ser colônia portuguesa, por isso, as críticas do rei D. João VI ao movimento.


Restauro Maçonaria (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Gaudêncio mostra gravura que precisa de restauro (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)

Carta de um Profano a Outro

Zé!,

Priciso ti contá esta história.
Tava eu numa noite dessas procurando uma loja de coisas da tua profissão prá comprá o seu presente de Natal, quando encontrei um predião que me apontaram, tudo aceso, cheio de gente. Eta turma boa.
Perguntei: "Aqui é loja de pedreiros?"- Invés de resposta, só foi abraço. Descobriram logo que sou mecânico, Zé, porque todo mundo me perguntava onde ficava a minha oficina.
Lojona bonita aquela, com quadros, tapetes, ventiladores, até livro de visitas tinha que assiná. Gozado, com aquele calorão doido, queriam saber quantos graus estava fazendo e não tinha termômetro. Devia tá mais de 30, então "carquei" lá no livrão: 33. Acho que acertei na mosca, porque todo mundo me abraçava bastante.
Depois todo mundo entrou pro salão onde tava as mercadorias. Tinha cuié de pedreiro, prumo, nível, esquadro, alavanca, compasso, régua, até pedra. Tinha também mesas e cadeiras que não acabava mais. Acho que algumas dessas mesas tava com o tampo solto porque os caras pegaram uns martelinhos e começaram a batê. Até a porta devia está emperrada, porque um sujeito começou a batê com o cabo de um espeto.
Depois pensei que um indivíduo lá era cego. Perguntou onde sentava fulano..., onde sentava o sicrano..., queria saber que horas eram..., coitado! Teve um espírito de porco que falou prá ele que era meio-dia em ponto. E não é que ele acreditou!
Depois outro sujeito foi perto dele e começaram a cochichar aqui e ali. Um deles reclamou de um tal de Arão que fez um estrago com óleo. Disse que derramou na cabeça, na barba e no vestido de uma tal de Dona Orla. Confirmei qie o cara era cego porque ele falou que a loja tava aberta e então olhei e vi que tava fechada. Nessa hora notei que até lá você era conhecido. Sentiram sua falta e começaram a perguntar: "e o Zé?, e o Zé?, e o Zé?".
Depois aguentei um tempão um sujeito falá umas baboseiras que não entendí nada e, até que enfim, mandaram fazer as propostas. Veio outro sujeito recolher elas com saquinho e então mandei a minha: dava cinqüenta mangos naquela corda pindurada lá em cima, toda enroscada.
Sabe? O cara tava se fazendo mesmo de cego. Ele leu a minha proposta e não disse nada. Acho que fui munheca demais. Aí inventaram que estava chovendo, que tinha goteira na loja e acabaram me pondo prá fora.
Tá certo, Zé, era justo, era perfeito. Mas se acharam pouco o valor que eu escreví, bem que podiam fazer uma contraproposta, não acha?

Por Ari Casarini de Carvalho.

Um Poema de Chaplin

Já perdoei erros quase imperdoáveis,

tentei substituir pessoas insubstituíveis e
esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só pra escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade,
já tive medo de perder alguém especial!
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar.
Viva!!!


Por Chaplin !

Livre e de Bons Costumes


Porque é Livre e de Bons Costumes ?
O ideal dos homens livres e de bons costumes, que a sublime Ordem ensina, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens e, pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços para uma maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja realmente paz e compreensão entre os povos.
No mundo da atualidade, conturbado pela incompreensão e pela ganância, mais do que nunca é necessário que brilhe no coração dos Irmãos a flama do ideal maçônico; que os obreiros, almas que se ornam pela bondade, forças que se unem pelo amor, vontades que se harmonizam pelo desejo de espalhar luz sobre seus semelhantes, tornando-os bons e caritativos, sejam orientados e guiados na trajetória que os leva a perfectibilidade.
Livre, palavra derivada do latim, em sentido amplo quer significar tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição.
A qualidade ou condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e, principalmente moral.
Em decorrência de ser livre, vem a liberdade, que é faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.
Bem verdade é que a maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde o homem vai aprimorar-se em benefício dos semelhantes, desenvolvendo qualidades que o possibilitam ser, cada vez mais, útil à coletividade.
Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.
O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para ser homem livre, não basta.
Ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali. Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões vis, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana.
Não é homem livre, não desfruta da verdadeira liberdade, quem está escravizado a vícios.
Não é homem livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.
Não é homem livre, quem se chafurda no vício, degrada-se, condena-se por si mesmo, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidade, anulando-as. Maçom livre é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que desonram, que degradam.
O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.
Ser livre é ir mais além, é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. Sendo livre e por conseqüência, desfrutando de liberdade, o homem deve, sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.
Os bons costumes, referem-se mais propriamente à honestidade das famílias, ao recato das pessoas e a dignidade ou decoro social. A idéia e o sentido dos bons costumes não se afastam da idéia ou sentido de moral, pois, os princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.
O bom maçom, livre e de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito. O bom maçom, livre e de bons costumes, crê em Deus, ser supremo que nos orienta para o bem e nos desvia do mal. O bom maçom, livre e de bons costumes, é leal.
Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos. O bom maçom, livre e de bons costumes, cultiva a fraternidade, porque ela é a base fundamental da maçonaria, porque só pelo culto da fraternidade poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora. O bom maçom, livre e de bons costumes, recusa agradecimentos porque se satisfaz com o prazer de haver contribuído para amparar um semelhante. O bom maçom, livre e de bons costumes, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem. O bom maçom, livre e de bons costumes, é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os. O bom maçom, livre e de bons costumes, pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo, sentindo suas dores, que nos aperfeiçoamos. O bom maçom, livre e de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da virtude, que ele deve cultivar. O bom maçom, livre e de bons costumes, é amigo da família, porque ela é a base fundamental da humanidade.
O mau chefe de família não tem qualidades morais para ser maçom.
O bom maçom, livre e de bons costumes, não humilha os fracos, os inferiores, porque é covardia, e a maçonaria não é abrigo de covardes. O bom maçom, livre e de bons costumes, trata fraternalmente os demais para não trair os seus juramentos de fraternidade. O bom maçom, livre e de bons costumes, não se desvia do caminho da moral, quem dele se afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da maçonaria. O bom maçom, o verdadeiro maçom, não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no auxílio ao semelhante um gesto excepcional, porque este é um dever de solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer. Não promete senão o que pode cumprir.
Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Não odeia, o ódio destrói, só a amizade constrói.
O homem que se embriaga é indigno de ser maçom, porque ser ébrio é ser de maus costumes e quem é escravo da bebida, não é livre e o maçom deve ser livre e de bons costumes. Finalmente, o verdadeiro maçom, não investe contra a reputação de outro, porque tal fazer é trair os sentimentos de fraternidade.
O maçom, o verdadeiro maçom, não tem apego aos cargos, porque isto é cultivar a vaidade, sentimento mesquinho, incompatível com a elevação dos sentimentos que o bom maçom deve cultivar. Os vaidosos buscam posições em que se destaquem; os verdadeiros maçons buscam o trabalho em que façam destacar a maçonaria.
O valor da existência de um maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem.


Autor: Nery Saturnino Dutra – Apr.·. M.·. A.·.R.·.L.·.S.·. Amor e Humanidade Bom Jesus / RS - G.·.O.·.R.·.G.·.S.·.