quarta-feira, 30 de março de 2011

Filhos da viuva

Filho da Viúva-Estudos maçônicos

Filho da viúva é um apelido comumente aplicado aos maçons. Viúva, no caso é a própria Maçonaria, enquanto instituição, já que seu fundador, Hiram Abiff foi assassinado. Dessa forma, seus filhos, maçons seriam órfãos de pai. Essa, naturalmente, é uma alegoria, e não é a única inspiração dessa curiosa expressão.
Na verdade, essa expressão é bastante antiga. Ela já era utilizada nas antigas Iniciações, especialmente nos Mistérios Egípcios. Filhos da Viúva eram todos aqueles que se iniciavam nos Mistérios de Ísis e Osíris, pois Ísis era a esposa viúva do deus Osiris,morto pelo seu invejoso irmão Seth.
Na tradição gnóstica, entretanto, há uma lenda oriunda da seita cainita, segundo a qual a famosa Rainha de Sabá, Barcis, quando visitou o reino de Israel, na época de Salomão, não teria se apaixonado pelo famoso e sábio rei, como divulga a tradição, mas sim pelo arquiteto do Templo, Hiram Abiff. Do romance mantido pelos dois teria nascido um filho. Esse menino teria nascido após o assassinato do mestre pelos Jubelos, razão pela qual esse filho do maior maçom da terra era chamado de “o filho da viúva”. Essa lenda foi inclusive tema de uma ópera composta por Gerard de Nerval, que ao que parece, nunca foi encenada.
A expressão permite o desenvolvimento de um simbolismo rico em significação e os maçons espiritualistas souberam utilizá-lo muito bem. Na tradição da Maçonaria, o Filho da Viúva serve tanto para designar os Templários “órfãos” em relação á extinção de sua Ordem e a morte de seu “pai”, o Grão-Mestre Jacques de Molay, quanto aos partidários dos Stuarts em relação á morte de seu rei Carlos I, decapitado por ordem do Parlamento inglês. A viúva daquele rei teria organizado a resistência, sendo a maioria dos seus partidários constituída de maçons. A propósito, foram os stuartistas refugiados na França que desenvolveram a maior parte dos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Filho da Viúva é também Jesus Cristo, cujo pai, José, morreu quando ele era ainda uma criança. Como Jesus consagrou Maria como Mãe de toda a Cristandade, os cristãos são todos filhos da viúva. Filho da Viúva, também, de acordo com outros autores, eram os filhos dos soldados cruzados que embarcavam para a Terra Santa e lá morreram em defesa da fé cristã.
Dessa forma, a expressão carrega um simbolismo bastante apropriado às tradições cultivadas pela Maçonaria.

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DO LIVRO " LENDAS DA ARTE REAL"- NO PRELO

terça-feira, 29 de março de 2011

Jacques DeMolay

Jacques DeMolay nasceu na cidade de Vitrey, na França, no ano de 1244, e já aos 21 anos, DeMolay se juntou a Ordem dos Cavaleiros Templários.
Também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão , esta ordem foi fundada em 12 de junho de 1118 em Jerusalém pôr Hugo de Payens, Cavaleiro de Burgúndia e Godofredo de Sain t’ Omer.
A Ordem dos Templários participou das cruzadas e ganhou reconhecimento pelo seu valor e heroísmo, e a mercê dos bens tomados dos seus inimigos vencidos, ou doados à ordem, chegaram a ser grandes financeiros e banqueiros internacionais, os soberanos da Europa necessitados de dinheiro passaram a invejar sua riqueza. A Ordem foi um dos repositórios de sabedoria oculta na Europa durante os séculos XII e XIII, porém seus segredos só eram transmitidos a alguns membros em seção religiosa sob estrito sigilo. Daí, naturalmente, a razão de lhe haverem os leigos atribuídos as mais horríveis práticas e histórias infamadas.
Em 1298, Jacques DeMolay foi nomeado grão-mestre, uma posição de grande prestigio. Como grão-mestre Jacques DeMolay, entretanto, estava numa posição difícil. As Cruzadas não estava m atingindo seu objetivo. Os sarracenos derrotaram os cruzados em batalhas e capturaram muitas cidades. Em vez de apoio público, os Templários atraíram atenção dos lados poderosos, que estariam interessados em obter poder e riqueza, mas ninguém poderia prever o seu fim brusco e trágico. Conservando-se ainda poderosamente rica, credora do Papa e da corte da França, suas posses passaram a ser avidamente cobiçadas. Em 1305, Felipe o Belo, rei da França tentou obter controle dos Templários, mas não obteve sucesso.
O ano de 1307 foi o começo das perseguições aos Cavaleiros Templários. A Europa já contava com cerca de 704 Conventos e Comendadorias. No dia 12 de outubro de 1307, quinta feira, o 22° Grão Mestre dos Templários, Jacques DeMolay, estava assistindo aos funerais de uma princesa da casa real da França. Estava ele um pouco nervoso, pois corriam boatos sobre os desígnios do rei da França, Felipe o Belo. No ano precedente, o rei Felipe IV da França, tinha solenemente recebido os esquadrões da Ordem que o visitaram na França, onde no centro de Paris, possuíam o famo so castelo do templo, sede geral da Ordem.
Porém, o Grão-Mestre nesta viagem tinha cometido o erro de comparecer perante o rei com uma escolta de sessenta Templários, pertencente à alta nobreza, ostentando o enorme tesouro que tinha trazido da Palestina para ser guardado pelo Templo. Filipe verificara que os TEMPLÁRIOS, representavam uma força verdadeira. Um estado poderoso dentro da França. Jacques DeMolay recusava-se a acreditar que o rei fosse seu inimigo e ainda o defendeu perante todos os Templários desconfiados, declarando que ” tinha certeza da lisura do rei” . Assim, após o funeral, o Grão-Mestre tinha se retirado na Ville Neuve du Temple, que era a sede européia da Ordem, respirando um pouco mais aliviado na sua fortaleza. No fim da tarde , todos os oficiais espalhados pelo reino, e que representavam o poder do rei da França, estavam abrindo uma carta levando o selo real e contendo instruções secretas e trágicas.
Estas cartas estavam sendo lidas no mesmo instante em todos os municípios e cidades da França, nesta noite terrível de 12 para 13 de outubro de 1307. Ao ler o conteúdo da mensagem, os oficiais reais ficaram cheios de medo, pois tratava-se de prender o Grão-Mestre e seus Templários, que eram hóspedes de honra do rei da França; e isto com a autorização do Papa. Como o Papa Clemente V devia sua posição em Avignon às intrigas do rei, foi fácil a sua aquiescência. Essa macabra tarefa foi muito ajudada pelo ex-cavaleiro Esquieu de Floyran, o qual, pessoalmente interessado na desmoralização da Ordem, contra ela levantou as mais duvidosas acusações. Essas acusações foram sofregamente aceitas pôr Felipe IV, que numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, mandou prender todos os Templários da França e o seu Grão Mestre, Jacques DeMolay, os quais submetidos à inquisição, foram, por esta, acusados de hereges. Os sinos da igreja batiam às três horas da manhã, quando, em todo o território francês, as casas do Templo estavam a ponto de serem invadidas soez e covardemente.
Em Paris, foi pessoalmente o Guardião do Selo do rei, Guilherme de Nogaret, que quis liderar a infame expedição contra o próprio Grão-Mestre. Todos os Templários que acompanhavam o Grão-Mestre, bem assim, como os outros espalhados nos Conventos e Comendadorias, cerca de 138, foram postos nas prisões do estado, onde executando-se ordens pessoais do rei, deviam imediatamente, ser interrogados pelos comissários da Inquisição para confessarem “suas culpas” devendo ser empregada a tortura. Entre as acusações mais sérias que instruíram o processo contra os Cavaleiros Templários, figuravam as de apostasia da fé, idolatria e heresia, além dos pecados contra a natureza. Depois de torturas, confissões e execuções, Clemente V oficialmente aboliu a Ordem dos Cavaleiros Templários, no dia 22 de março de 1312. Assim, debaixo da tortura, todos os acusados confessaram aqueles procedimentos. Mas vimos depois que o Grão-Mestre, quando aos 14 de março de 1314 solicitou ser ouvido outra vez , e quando os inquisidores pensavam que o outrora altivo Grão-Mestre, iria implorar perdão ao rei e misericórdia ao Papa, Jacques DeMolay disse:
” Eu penso que isto é certo. Que ao menos num só momento eu devo
falar a verdade. Ante o céu e a terra, e com todos vocês como minhas
testemunhas, eu admito que a ordem é culpad a de grossa iniquidade. Mas a
iniquidade é que eu tenho mentido em admitir as acusações contra a ordem. Eu
declaro que a ordem é pura e santa e está além da questão. Eu tenho realmente
confessado que a orde m é culpada, mas tenho feito isto para somente me salvar
de terríveis torturas.Vida é oferecida para mim, mas ao preço de infanidade.
Neste preço, vida não vale a pena.”

Felipe se sentiu atingido nos seus brios de monarca absoluto que, dois dias depois, pronunciara ele próprio a sentença de condenação de Jacques DeMolay, que devia morrer na fogueira como réu de crimes infames, heresia, sodomia, mas na verdade pelo delito de…. Lesa Majestade! Sobre o rio Sena, em Paris, na ilha hoje denominada de Vert Galant, anteriormente ilha dos judeus ocorreu o holocausto de Jacques DeMolay e dos Cavaleiros Templários. A armação da fogueira requeria muita habilidade; homens encapuzados e fortes dispunham as achas de lenha grossa de forma adequada, mais alta que a estatura do homem, o fogo não poderia ser apagado até que o corpo ficasse completamente destruído.
No alto da fogueira, o Grão-Mestre dos Templários,
Guy D’Auvergnie e o preceptor da Normandia, Godofredo de Charnay estavam amarrados a estacas, lado a lado, e voltados para a sacada real. Haviam colocados na cabeça de todos a infamante mitra de papel dos Hereges. Jacques DeMolay assiste impassível e como indiferente aos preparativos de seu trágico suplício sem um queixume, sem um gesto de desespero que significasse covardia perante a morte. E quando o frade encarregado dos responsos avançava de crucifixo na mão e o conclama a arrepender-se dos crimes contra a religião, o Grão-Mestre responde com a serenidade dos justos:
“Guardai, ó frade vossas orações para o Papa que esse s im vai precisar delas!”.
O olhar do rei e do Grão-Mestre se cruzaram, mediram-se, prenderam-se um ao outro, retiveram-se mutuamente. O rei fez um gesto com a mão e carrasco meteu a estopa acesa entre os feixes da lenha e de cavacos da fogueira .
O vento mudou e a fumaça, de segundo em segundo mais espessa e mais alta, envolveu os condenados, cerca de 54, escondendo-os quase da multidão. O preceptor da Normandia foi o primeiro atingido. Teve um leve movimento de recuo quando as línguas de fogo começaram a lambê-lo, e seus lábios se abriram muito, como procura-se inutilmente respirar um ar que lhe fugia. Seu corpo, apesar da corda, dobrou-se em dois. O fogo dançava em torno dele. Depois um torrente acinzentada de fumaça engoliu-o, quando se dissipou Godofredo de Charnay estava em chamas bramindo e arquejando, tentando-se libertar da estaca fatal que tremia sua base. Via-se que o Grão-Mestre lhe gritara algo, mas a multidão produzia um rumor tão forte no momento que, para conter seu horror, só se pode ouvir a palavra Irmão, duas vezes lançada. O Grão-Mestre ainda não havia sido tocado. Os carrascos atiçavam o fogo com grandes ganchos de ferro. Depois, subitamente, houve um desmoronamento do braseiro e, reavivadas, as chamas atiraram-se contra ele.
De repente a palavra do Grão-Mestre surgiu da cortina de fogo, e com uma força irresistível, com voz que já era quase do além, Jacques DeMolay disse:
“Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos. Deus julgará”.
A chama flagelou-o, queimou-lhe a barba, calcinou em um segundo sua mitra de papel e acendeu seus cabelos brancos. O rosto em fogo do Grão Mestre estava voltado para a sacada real e com voz terrível, gritou:
“Nekan, Adonai!! Khol-BeGoal!! Papa Clemente, Cavaleiro Guilherme de
Nogaret e Rei Filipe: Intimo-os a comparecer perante o Tribunal de
Deus, dentro de um ano
para rceberem o justo castigo. Malditos!! Malditos!!
Todos malditos até a
13ª geraçãode vossas raças”.
Os gases letais interromperam o anátema e DeMolay dobrou-se e perdeu os sentidos. O impacto inesperado deixou a multidão estupefata. Não esperavam essa reação dele, mas cada um sentiu em si o peso da injustiça e a certeza que a maldição se cumpriria. Quarenta dias depois Felipe e Nogaret receberam uma mensagem: “o Papa Clemente morrera”. Felipe e Nogaret olharam-se e empalideceram, no pergaminho dizia qu e a morte ocorrera entre o dia 19 e 20 de abril.
O Papa Clemente morreu pôr ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando retornava á sua cidade natal.

Guilherme de Nogaret veio a falecer numa manhã da terceira semana de Maio, envenenado por uma vela feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d’Hirson. O veneno contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes:
- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d’Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.
- Cristal Esbranquiçado: “Serpente de faraó”. Provavelmente sulfocianeto de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Súlfurico, vapores de mercúrio e compostos anídricos, podendo assim provocar intoxicações. Morreu vomitando sangue, com cãimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos.
Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos nas vizinhanças do local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajudou a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre ” A cruz, a cruz…”. Pediu, como o Papa Clemente, em seu leito de morte, que fosse levado à sua cidade natal, Fontainebleau.
” A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda“, teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Documentos Históricos Maçônicos Recuperados em São Paulo

FONTE G1

Especialistas tentam recuperar parte do acervo do Museu Maçônico, do Rio. Acervo conta a história da Ordem e também do Brasil Império. 

Restauro Maçonaria (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Documentos que contam sobre a Maçonaria foram destruídos por traças, cupins e pela má conservação (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Há um ano, quando pisou no Museu Maçônico do Palácio do Lavradio, no Centro do Rio, com a incumbência de recuperar o acervo, o restaurador Tércio Gaudêncio não tinha ideia de que seu trabalho seria muito maior. Até hoje, ele revira os sacos de lixo onde foram despejados livros e documentos históricos. A maioria traz informações sobre a Maçonaria e o Brasil Império. Gaudêncio conta que, se não tivesse passado pelo depósito do prédio, não teria esbarrado naquele “tesouro”, que agora passa por restauro em São Paulo.

“Estava tudo em 251 sacos pretos de lixo de cem litros. Sem saber o que tinha dentro, fomos abrindo documento por documento e começamos a descobrir coisas fantásticas”, diz o restaurador em sua oficina, na Zona Sul da capital paulista. Entre os documentos recolhidos, o especialista, dono de uma empresa de restauração, aponta raridades. Ele calcula que trouxe em três caminhões para São Paulo cerca de 17 mil documentos, sete mil livros, 30 gravuras e 13 quadros.

Uma das raridades é um decreto do rei português D. João VI, datado de junho de 1823, com, entre outras, a seguinte ordem contra os maçons: "todas as sociedades secretas ficam suprimidas (...) e nunca mais poderão ser instauradas". No acervo, há ainda atas de reuniões da Maçonaria no século 19 e documentos sobre a proclamação da independência do Brasil.

Agora bem guardada em uma caixa está uma Bíblia, que, segundo Gaudêncio, é de 1555 e foi escrita em aramaico, grego antigo e latim medieval. “D. Pedro I ganhou quando se casou. Só existem três edições desta no mundo”, afirma ele sobre a raridade. A publicação ficava exposta aos visitantes em uma vitrine, o que não impediu o estrago. “Jogaram a capa original fora e colocaram outra com uma cola muito ruim”, conta Ruth Sprung Tarasan, uma das coordenadoras do trabalho de restauro.

Irregularidades

Marcos José da Silva, o grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil (ao qual estão subordinadas muitas lojas maçônicas no país), admitiu ao G1 que o prédio onde fica o museu não está em boas condições e sofre com infiltrações, cupim e mofo, entre outros problemas. Ele disse não saber por que parte do acervo estava em sacos de lixo e atribuiu à “falta de uma pessoa habilitada” o fato de o material ter sido acondicionado daquela maneira.


Restauro Maçonaria (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Ruth, Gaudêncio e Ana Maria (de amarelo) mexem
em quadro que está sendo restaurado
(Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
“É desconhecimento, falta de uma pessoa habilitada. Durante muitos anos o acervo não teve a manutenção devida, verificamos em que estado ele estava e resolvemos enfrentar o desafio”, contou ele, sem revelar quem cuidava do museu e quanto custará o trabalho de restauro das peças e de reforma do prédio. A organização, que tem sede em Brasília, assumiu a direção do local em setembro de 2009.

Silva disse preferir acreditar que os livros e documentos históricos não iriam para o lixo. “Acredito que estavam ali para futura apreciação.” As obras começaram em março de 2010 e ele não deu previsão de término.

Da Maçonaria


Por ser maçom e ter muita experiência no ramo, Gaudêncio assumiu a restauração de parte do acervo do Museu Maçônico, o primeiro da categoria na América do Sul. Enquanto ele se debruça sobre livros e papéis destruídos por traças, cupins e mofo, o prédio do museu na capital fluminense passa por reformas.

Parte do material que está sendo recuperada estava nos sacos plásticos pretos. “Ia tudo para o lixo. Dá para imaginar quanta pesquisa a gente podia fazer com isso?”, questiona Ruth, que também é historiadora. “Sou obrigado a ler os documentos e começo a cair de costas porque a história dos livros não é a mesma. Aqui, tenho os originais dos grandes maçons da época. E só quem é da Maçonaria pode mexer nisso”, ressalta Gaudêncio, entusiasmado com o trabalho que teve início em 2010 e que pretende entregar no segundo semestre deste ano. 
Documentos são achados em sacos de lixo (Foto: Divulgação/ Tércio Gaudêncio)
Documentos são achados em sacos de lixo (Foto:
Divulgação/ Tércio Gaudêncio)
O processo de restauração inclui encadernar os livros, recuperar o papel destruído e retocar a tinta das palavras. Para garantir a perpetuação do material, Gaudêncio e sua equipe digitalizam o que conseguem salvar. “Já temos 14 mil documentos digitalizados”, diz ele. O G1 esteve no escritório de Gaudêncio e viu quando a restauradora Ana Maria do Prado tentava recuperar a cor original de dois quadros: o do general Osório e do visconde de Sapucaí.

“O desenho tem muito retoque. Muita gente mexeu; o verniz está oxidado”, revela Ana Maria, que põe na ponta do pincel uma tinta especial para restauradores. “Ela é reversível. Sai com qualquer solvente e não ataca a pintura original”, explica. “Hoje em dia, tudo tem que ser reversível. Não se sabe o que vamos achar daqui a 20 anos”, completa Ruth.

De acordo com Luiz Alberto Chaves, integrante do Grande Oriente do Brasil em Brasília, o prédio do museu na Rua do Lavradio foi comprado em 1840 e passou por dois anos de reformas. Foi sede da Maçonaria até 1978, quando houve a transferência para Brasília.

Maçonaria e a Independência


Apesar de o imperador D. Pedro I ser da Maçonaria, para a professora de história Miriam Dolhnikoff, da Universidade de São Paulo (USP), ele não foi tão influenciado pelos maçons quando declarou a independência do Brasil em 1822. “A Maçonaria não teve toda essa importância no processo de independência. Ela era um espaço de debate político entre outros espaços”, explica Miriam.

“Ele (D. Pedro I) foi maçom porque na época todos da elite eram”, completa a professora. Segundo ela, a Maçonaria defendia que o Brasil deixasse de ser colônia portuguesa, por isso, as críticas do rei D. João VI ao movimento.


Restauro Maçonaria (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Gaudêncio mostra gravura que precisa de restauro (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)

Carta de um Profano a Outro

Zé!,

Priciso ti contá esta história.
Tava eu numa noite dessas procurando uma loja de coisas da tua profissão prá comprá o seu presente de Natal, quando encontrei um predião que me apontaram, tudo aceso, cheio de gente. Eta turma boa.
Perguntei: "Aqui é loja de pedreiros?"- Invés de resposta, só foi abraço. Descobriram logo que sou mecânico, Zé, porque todo mundo me perguntava onde ficava a minha oficina.
Lojona bonita aquela, com quadros, tapetes, ventiladores, até livro de visitas tinha que assiná. Gozado, com aquele calorão doido, queriam saber quantos graus estava fazendo e não tinha termômetro. Devia tá mais de 30, então "carquei" lá no livrão: 33. Acho que acertei na mosca, porque todo mundo me abraçava bastante.
Depois todo mundo entrou pro salão onde tava as mercadorias. Tinha cuié de pedreiro, prumo, nível, esquadro, alavanca, compasso, régua, até pedra. Tinha também mesas e cadeiras que não acabava mais. Acho que algumas dessas mesas tava com o tampo solto porque os caras pegaram uns martelinhos e começaram a batê. Até a porta devia está emperrada, porque um sujeito começou a batê com o cabo de um espeto.
Depois pensei que um indivíduo lá era cego. Perguntou onde sentava fulano..., onde sentava o sicrano..., queria saber que horas eram..., coitado! Teve um espírito de porco que falou prá ele que era meio-dia em ponto. E não é que ele acreditou!
Depois outro sujeito foi perto dele e começaram a cochichar aqui e ali. Um deles reclamou de um tal de Arão que fez um estrago com óleo. Disse que derramou na cabeça, na barba e no vestido de uma tal de Dona Orla. Confirmei qie o cara era cego porque ele falou que a loja tava aberta e então olhei e vi que tava fechada. Nessa hora notei que até lá você era conhecido. Sentiram sua falta e começaram a perguntar: "e o Zé?, e o Zé?, e o Zé?".
Depois aguentei um tempão um sujeito falá umas baboseiras que não entendí nada e, até que enfim, mandaram fazer as propostas. Veio outro sujeito recolher elas com saquinho e então mandei a minha: dava cinqüenta mangos naquela corda pindurada lá em cima, toda enroscada.
Sabe? O cara tava se fazendo mesmo de cego. Ele leu a minha proposta e não disse nada. Acho que fui munheca demais. Aí inventaram que estava chovendo, que tinha goteira na loja e acabaram me pondo prá fora.
Tá certo, Zé, era justo, era perfeito. Mas se acharam pouco o valor que eu escreví, bem que podiam fazer uma contraproposta, não acha?

Por Ari Casarini de Carvalho.

Um Poema de Chaplin

Já perdoei erros quase imperdoáveis,

tentei substituir pessoas insubstituíveis e
esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só pra escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade,
já tive medo de perder alguém especial!
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar.
Viva!!!


Por Chaplin !

Livre e de Bons Costumes


Porque é Livre e de Bons Costumes ?
O ideal dos homens livres e de bons costumes, que a sublime Ordem ensina, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens e, pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços para uma maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja realmente paz e compreensão entre os povos.
No mundo da atualidade, conturbado pela incompreensão e pela ganância, mais do que nunca é necessário que brilhe no coração dos Irmãos a flama do ideal maçônico; que os obreiros, almas que se ornam pela bondade, forças que se unem pelo amor, vontades que se harmonizam pelo desejo de espalhar luz sobre seus semelhantes, tornando-os bons e caritativos, sejam orientados e guiados na trajetória que os leva a perfectibilidade.
Livre, palavra derivada do latim, em sentido amplo quer significar tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição.
A qualidade ou condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e, principalmente moral.
Em decorrência de ser livre, vem a liberdade, que é faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.
Bem verdade é que a maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde o homem vai aprimorar-se em benefício dos semelhantes, desenvolvendo qualidades que o possibilitam ser, cada vez mais, útil à coletividade.
Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.
O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para ser homem livre, não basta.
Ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali. Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões vis, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana.
Não é homem livre, não desfruta da verdadeira liberdade, quem está escravizado a vícios.
Não é homem livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.
Não é homem livre, quem se chafurda no vício, degrada-se, condena-se por si mesmo, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidade, anulando-as. Maçom livre é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que desonram, que degradam.
O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.
Ser livre é ir mais além, é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. Sendo livre e por conseqüência, desfrutando de liberdade, o homem deve, sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.
Os bons costumes, referem-se mais propriamente à honestidade das famílias, ao recato das pessoas e a dignidade ou decoro social. A idéia e o sentido dos bons costumes não se afastam da idéia ou sentido de moral, pois, os princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.
O bom maçom, livre e de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito. O bom maçom, livre e de bons costumes, crê em Deus, ser supremo que nos orienta para o bem e nos desvia do mal. O bom maçom, livre e de bons costumes, é leal.
Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos. O bom maçom, livre e de bons costumes, cultiva a fraternidade, porque ela é a base fundamental da maçonaria, porque só pelo culto da fraternidade poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora. O bom maçom, livre e de bons costumes, recusa agradecimentos porque se satisfaz com o prazer de haver contribuído para amparar um semelhante. O bom maçom, livre e de bons costumes, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem. O bom maçom, livre e de bons costumes, é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os. O bom maçom, livre e de bons costumes, pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo, sentindo suas dores, que nos aperfeiçoamos. O bom maçom, livre e de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da virtude, que ele deve cultivar. O bom maçom, livre e de bons costumes, é amigo da família, porque ela é a base fundamental da humanidade.
O mau chefe de família não tem qualidades morais para ser maçom.
O bom maçom, livre e de bons costumes, não humilha os fracos, os inferiores, porque é covardia, e a maçonaria não é abrigo de covardes. O bom maçom, livre e de bons costumes, trata fraternalmente os demais para não trair os seus juramentos de fraternidade. O bom maçom, livre e de bons costumes, não se desvia do caminho da moral, quem dele se afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da maçonaria. O bom maçom, o verdadeiro maçom, não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no auxílio ao semelhante um gesto excepcional, porque este é um dever de solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer. Não promete senão o que pode cumprir.
Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Não odeia, o ódio destrói, só a amizade constrói.
O homem que se embriaga é indigno de ser maçom, porque ser ébrio é ser de maus costumes e quem é escravo da bebida, não é livre e o maçom deve ser livre e de bons costumes. Finalmente, o verdadeiro maçom, não investe contra a reputação de outro, porque tal fazer é trair os sentimentos de fraternidade.
O maçom, o verdadeiro maçom, não tem apego aos cargos, porque isto é cultivar a vaidade, sentimento mesquinho, incompatível com a elevação dos sentimentos que o bom maçom deve cultivar. Os vaidosos buscam posições em que se destaquem; os verdadeiros maçons buscam o trabalho em que façam destacar a maçonaria.
O valor da existência de um maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem.


Autor: Nery Saturnino Dutra – Apr.·. M.·. A.·.R.·.L.·.S.·. Amor e Humanidade Bom Jesus / RS - G.·.O.·.R.·.G.·.S.·.

domingo, 27 de março de 2011

O Maçom e o Alfaiate

Um dia um homem recebeu a notícia de que seria iniciado Maçom, ficou tão eufórico que quase não se conteve:
- Serei um grande homem agora - disse a um amigo.
- Preciso de roupas novas, imediatamente, roupas que façam juz à minha nova posição na vida. 
- Conheço o alfaiate perfeito para você, replicou o amigo.
- É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito, vou lhe dar o endereço. E o novo Maçom foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse: - Há mais uma informação que preciso ter.
- Há quanto tempo o senhor é Maçom ???
- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu balandrau ???
Perguntou o cliente surpreso.
- Não posso fazê-lo sem obter esta informação senhor.
- É que um Maçom recém iniciado fica tão deslumbrado que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito.
- Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás, ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência que o tornam sensato, e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então, costuro o balandrau de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento.
- E mais tarde, depois que o maçom está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o balandrau de modo que as costas fiquem mais longas que a frente.
- Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor foi iniciado para que a roupa lhe assente apropriadamente. O novo Maçom saiu da alfaiataria pensando menos no balandrau e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate. "

TFA

Texto de Fernando Pessoa sobre a Maçônaria !

Este é um trecho do artigo que Fernando Pessoa publicou no Diário de Lisboa, no 4.388 de 4 de fevereiro de 1935, contra o projeto de lei, do deputado José Cabral, proibindo o funcionamento das associações secretas, sejam quais forem os seus fins e organização.

A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de inteligência e cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de país para país e de época para época reage, quanto à atitude social, diferentemente.
Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçônico, a Ordem é a mesma sempre e em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de Maçons individuais, e conforme circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa.
Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só idéia – a "tolerância"; isto é, o não impor a alguém dogma nenhum, deixando-o pensar como entender. Por isso a Maçonaria não tem uma doutrina. Tudo quanto se chama "doutrina maçônica" são opiniões individuais de Maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. São divertidíssimas: vão desde o panteísmo naturalista de Oswald Wirth até ao misticismo cristão de Arthur Edward Waite, ambos tentando converter em doutrina o espírito da Ordem. As suas afirmações, porém, são simplesmente suas; a Maçonaria nada tem com elas. Ora o primeiro erro dos Antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçônico em geral pelas afirmações de Maçons particulares, escolhidas ordinariamente com grande má fé.
O segundo erro dos Antimaçons consiste em não querer ver que a Maçonaria, unida espiritualmente, está materialmente dividida, como já expliquei. A sua ação social varia de país para país, de momento histórico para momento histórico, em função das circunstâncias do meio e da época, que afetam a Maçonaria como afetam toda a gente. A sua ação social varia, dentro do mesmo país, de Obediência para Obediência, onde houver mais que uma, em virtude de divergências doutrinárias – as que provocaram a formação dessas Obediências distintas, pois, a haver entre elas acordo em tudo, estariam unidas. Segue daqui que nenhum ato político ocasional de nenhuma Obediência pode ser levado à conta da Maçonaria em geral, ou até dessa Obediência particular, pois pode provir, como em geral provém, de circunstâncias políticas de momento, que a Maçonaria não criou.
Resulta de tudo isto que todas as campanhas antimaçônicas – baseadas nesta dupla confusão do particular com o geral e do ocasional com o permanente – estão absolutamente erradas, e que nada até hoje se provou em desabono da Maçonaria. Por esse critério – o de avaliar uma instituição pelos seus atos ocasionais porventura infelizes, ou um homem por seus lapsos ou erros ocasionais – que haveria neste mundo senão abominação? Quer o Sr. José Cabral que se avaliem os papas por Rodrigo Bórgia, assassino e incestuoso? Quer que se considere a Igreja de Roma perfeitamente definida em seu íntimo espírito pelas torturas dos Inquisidores (provenientes de um uso profano do tempo) ou pelos massacres dos albigenses e dos piemonteses? E contudo com muito mais razão se o poderia fazer, pois essas crueldades foram feitas com ordem ou com consentimento dos papas, obrigando assim, espiritualmente, a Igreja inteira.
Sejamos, ao menos, justos. Se debitamos à Maçonaria em geral todos aqueles casos particulares, ponhamos-lhe a crédito, em contrapartida, os benefícios que dela temos recebido em iguais condições. Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século dezoito – quando expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio Papa – pelo Maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellinton e Blucher eram ambos Maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados – a "Entente Cordiale", obra do Maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria a maior obra da literatura moderna – o "Fausto" do Maçom Goeth.
Acabei de vez. Deixe o Sr. José Cabral a Maçonaria aos Maçons e aos que, embora o não sejam, viram, ainda que noutro Templo, a mesma Luz. Deixe a Antimaçonaria àqueles Antimaçons que são os legítimos descendentes intelectuais do célebre pregador que descobriu que Herodes e Pilatos eram Vigilantes de uma Loja de Jerusalém.

Fernando Pessoa
PS
Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".[1]

O bode e a Maçonaria


Quem nunca ouviu falar que na Loja Maçônica os maçons tem um bode? E que este bode é utilizado para os mais terríveis fins….
Pouca gente sabe a verdadeira lenda por trás do bode. Como nossa intenção é levar fatos curiosos ao conhecimento de todos, através da literatura disponível, o Blog do Maçom reuniu os fatos que levaram a tal ligação: Bode x Maçonaria.
Conta-se que no inicio do Cristianismo, muito adeptos da nova religião foram dispersos pelo mundo afim de divulgar a nova crença e aqueles que estiveram na Palestina observaram que os Judeus tinham o costume de conversar ao pé do ouvido com os bodes, um animal muito comum naquela região. Após diversas tentativas, os cristãos descobriram que esta era uma forma de expiação dos erros, ou seja, sempre que cometiam algum erro, os Judeus contavam suas faltas ao bode e este como na fala, manteria o segredo das faltas cometidas.
Mais tarde, quando a Igreja começou a perseguir aqueles que não eram partidarios de suas crenças, os maçons foram alvo e vitimas desta perseguição. Por mais terríveis que fossem os métodos utilizados, os maçons não delatavam seus irmãos, a ponto de um dos inquisitores dizer que estes (os maçons) se pareciam com bodes, pois nada falavam, nada lhes era retirado.
É fato, que mais tarde, alguns ocultistas associaram o bode a todo tipo de energia negativa, gerando confusão na cabeça daqueles que não conhecem a lenda, porém estes fatos historicamente não se corroboram.
O bode, nada mais é que um símbolo do segredo, tão caro ao maçom. Grande parte da pesquisa sobre este tema, vem do reconhecido pesquisador maçônico José Castellani.
Eterno Aprendiz.

“G” a Letra Sagrada da Maçonaria

“Alguns autores maçônicos são unânimes em afirmar que a letra G é, sem contestação, um enigma maçônico, que sucintas interpretações e comentários alguns fantasiosos, porém constitui um verdadeiro mistério que nem os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo”. 


A letra G, é a sétima letra do nosso alfabeto, estudos concluem que pode ter vários significados:
Gravitação: É a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria.

Geometria ou a Quinta Ciência: É fundamento da ciência positiva, simbolizando a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras, de onde surge à noção da parte que nelas a nós compete, na grande partilha da humanidade e dos direitos da terra cultivada.

Geração: É a vida perpetuando a série dos seres. Força Criadora que se acha no centro de todo ser e de todas as coisas.

Gênio: É a inteligência humana a brilhar com seu mais vivo fulgor.

Gnose: É o mais amplo conhecimento moral, o impulso que leva o homem a aprender sempre mais, que é o principal fator do progresso.

Glória: a Deus.

Grandeza: O homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação. 

Gomel: Uma palavra hebraica entende-se, os deveres do homem para com Deus e os seus semelhantes.

No centro da estrela flamejante, também conhecida como pentagrama, vê-se a letra G. É indiscutível que a melhor significação é Gnose, ou seja, CONHECIMENTO.

O caráter homonial da estrela flamejante é a luz das fontes pitagóricas e das referências gregas e romanas, portanto é impossível negar ao símbolo o seu significado mágico, eis que Pitágoras se dedicava à magia.

Na segunda metade do século V de Roma que se inventou a letra “G” que, visivelmente, é uma simples modificação do “C”,que no latim , encontramos indiferentemente as formas como Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, uma com o mesmo valor fonético da outra.


G é a primeira letra do nome de Deus em países anglo-saxões como: Gott, na Alemanha; God, na Inglaterra e Holanda; Gud, nos países escandinavos e Gad na Síria e na Pérsia era Goda. Alguns autores parecem não ter percebido que todos os nomes Gott, God, Gud, Geração, Gravitação, Geometria, Gênio, Glória, Grandeza, etc.., começam realmente por G, na língua empregada por eles, porém traduzem-se por nomes que não se iniciam pela letra G em muitos outros idiomas. 
Os gnósticos (conhecedores ou clarividentes) possuidores da Gnose ou verdadeira ciência têm a mesma inicial. 

Gnosticismo é um sistema de filosofia religiosa cujos adeptos supunham possuir o conhecimentos completos, absolutos, transcendentes, da natureza e atributos de Deus. 

Wirth é de opinião que o significado da letra G vem das palavras GLÓRIA, GRANDEZA e GEOMETRIA, assim seria: Glória, para Deus; Grandeza, para o Venerável e Geometria para outros irmãos.

Em certos rituais, aparecem cinco significados diferentes da Letra G: Gravitação, Geometria, Geração, Gênio e Gnose.

A esta altura é necessário fazer a indagação: por que se contentar com esses cinco nomes, quando existem tantas palavras que começam pela letra G ?


Portanto a discussão em torno da letra G é um grande mistério a ser desvendado.

BIBLIOGRAFIA:
- A Simbólica Maçônica – Jules Boucher – Ed. Pensamento
- O Livro do Companheiro - Oswald Wirth

sábado, 26 de março de 2011

A Verdadeira Data da Independência do Brasil


I - Introdução

            O intuito desse artigo não é o de demolir a data do Sete de Setembro, quando se comemora a Independência do Brasil – data magna da nacionalidade, em um país tão pobre de símbolos nacionais. Busca-se, no entanto, repor e reconstituir a imagem de uma realidade histórica que, a nosso ver, sofreu um distorção muito grande, principalmente entre os historiadores maçônicos. Podemos, devemos – e ai de quem assim não o fizer – continuar a enaltecer o fato e nos emocionar com o Grito do Ipiranga.
            Os maçons brasileiros são detentores de informações estratégicas dos acontecimentos da Independência do Brasil, pelo fato de a maçonaria da época estar imbricada com o desenrolar íntimo dos acontecimentos. Em linguagem moderna, pode-se afirmar que a maçonaria era a vanguarda do movimento da Independência do Brasil. Com a inexistência de partidos políticos para articular, coordenar e mobilizar o povo e as elites, a maçonaria agiu, individual e institucionalmente, como um verdadeiro partido político da Independência. Os maçons daquela época juravam, ao ingressar na maçonaria, além dos juramentos de praxe, o de realizar a independência do Brasil.
            Esse artigo visa, pois, reconstituir historiograficamente, o verdadeiro desenrolar dos acontecimentos para que os historiadores maçônicos e os maçons do Grande Oriente do Brasil – guardiães das atas da fundação do Grande Oriente do Brasil – possam bem entender para, conscientemente, reverenciar o que se passou naqueles conturbados dias. Nós estávamos tão perto dos acontecimentos que temos a obrigação e o dever moral de dar à Nação a nossa visão dos acontecimentos.


II – Sarna para se coçar

            Estava preparando uma palestra sobre o “Sete de Setembro e a Maçonaria” para minha loja Eqüidade & Justiça nº 2336 quando fui trocar idéias com meu Ir\e confrade Alberto Ricardo Schmidt Patier, maçonólogo erudito e heraldista emérito, em busca de possível ângulo novo para abordagem do assunto. Disse a Patier estar investigando sobre as cores da Bandeira Nacional adotadas após o 7 de Setembro. Informa-se no ensino fundamental, que o verde representa nossas florestas e o amarelo é o ouro de nossas minas. A verdade, contudo, manda-nos dizer que o verde é a cor da Casa dos Braganças e o amarelo é a cor dos Habsburgos, de que provém a Imperatriz Dona Leopoldina. Pesquisava-se a proveniência do amarelo. Como a cor da Casa de Lorena foi encrustada no Império Austro-Húngaro? O casamento de Francisco Estevão, duque de Lorena e arquiduque da Toscana com a Imperatriz Tereza Cristina, nos primórdios do século XVIII, levou a cor amarela para a Casa de Áustria. Convém ainda salientar que o duque de Lorena foi o primeiro príncipe de sangue real a ser iniciado na maçonaria no continente europeu em 1731 e teve, como iniciante, o nosso Desaguliers quando encontrava em Haia, na Holanda (Carvalho, pg. 24).
Herr Patier sugeriu-me, entretanto, estudar a heráldica da época da Independência já que lá estavam alguns aspectos que os historiadores, maçônicos ou profanos, por não mais dominarem a arte e a ciência da heráldica, não dispensaram a elas a devida atenção.
            Sobre o assunto, indicou-me um arguto artigo da editoria de pesquisa do jornal maçônico Egrégora nº 9 de jun/ago de 1995 intituladoIndependência e Bandeiras. Tempos depois, descobri ser o artigo da lavra de Herr Patier que, por excesso de modéstia, não quis assiná-lo.
            Armado dessa munição heráldica, pude, agora reconstituir alguns fatos que, iluminados por esse velho/novo holofote, conseguem dar sentido aos acontecimentos da época. Presume-se, serem eles inusitados e originais não só para os historiadores maçônicos como também para os profanos.


III – O Cerne da Questão

            Dizem os mais místicos que Deus (ou o diabo) posta-se onde se cruzam as informações. Os grandes avanços militares da II Guerra Mundial se deram quando se ligou infantaria + aviação. Da aviação embarcada, resultou o avanço do pára-quedismo; da infantaria + marinha desenvolveu-se a tropa anfíbia e assim sucessivamente. A secretária de um Presidente interliga muito mais informação do que um Ministro ou o Diretor de uma firma e, portanto, por deter mais dados, possa talvez, se souber usá-los, obter poder imensurável.
            A verdadeira pergunta, pois, há de ser a seguinte: a independência do Brasil se deu realmente no dia 7 de Setembro ou no dia 12 de Outubro, data da “Aclamação de D. Pedro”?
            Liga-se, doravante, a questão acima a outra de cunho mais heráldico: durante o Brasil Império (1º e 2º) houve uma ou duas Bandeiras e Armas Nacionais?
            Pensa-se que ao responder à segunda pergunta, ilumina-se magistralmente, como nunca, a primeira questão.
            Desde a vinda da Família Real portuguesa em 1808, o Brasil começou seu processo de independência do Reino de Portugal. A data da abertura dos portos do Brasil ao comércio direto com as nações amigas, em 28 de janeiro de 1808, em Carta-Régia assinada pelo Príncipe-Regente D. João, pode ser vista como o marco inicial nesse processo de independência.
O segundo marco, importantíssimo, no processo, foi a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves, com direito à bandeira e ao escudo, eliminando-se, pelo menos formalmente, o status colonial, devido à carta de lei de 13 de maio de 1816, assinada, já agora pelo rei D. João VI, e que, segundo um comentário de Varnhagen, (História Geral do Brasil, vol.V, pg. 140) depreende-se o seguinte:

                     “Dando-lhe por armas a esfera armilar manuelina, com as quinas, armas que já encontramos no século anterior, v.g. em moedas da África portuguesa de 1770 (1/4 de  macuta). Por carta de lei de 13 de Maio de  1816:  I  – Que  o Reino do Brasil tenha por Armas huma Esféra  Armillar de Ouro em campo azul. – II - Que o escudo Real Portuguez, inscrito na dita Esféra Armillar de Ouro  em  campo  azul, com huma Corôa sobreposta, fique sendo de hoje em diante as Armas do Reino Unido de Portugal, e do Brasil, e Algarves, e das demais partes integrantes da Minha  Monarquia. III – Que estas novas Armas  sejão  por  conseguinte as que uniformemente se hajão de empregar em todos os Estandartes, Bandeiras, Sellos Reaes, e Cunhos de Moedas, assim em tudo mais, em  que  até  agora se tenha feito uso das Armas precedentes”.

            Nem bem se passaram cinco anos da criação da bandeira e do escudo criado por D. João VI e, ainda em 1821, as Cortes Constituintes Portuguesas decretaram que o campo da Bandeira do Reino Unido fosse azul-e-branco, “por serem as cores do escudo de D. Henriques”. E mais, considerado aqui um acinte para os brasileiros, que dela se eliminasse a esfera armilar, como se a Bandeira Constituinte não representasse mais o Reino Unido ou dele fosse excluído o Reino do Brasil. A volta de D. João VI a Portugal em 3 de julho de 1821 precipitou os acontecimentos no Brasil.
            O ‘Fico’ em 9 de janeiro de 1822, um ato de rebeldia de D. Pedro em relação às Cortes opressoras de Lisboa e não a seu pai que era, também, virtual prisioneiro das mesmas, inclui-se no mesmo processo de independência.


IV – A Heráldica Ilumina a História

            Em 7 de setembro, quando D. Pedro regressava de Santos, ao receber às Margens do Riacho do Ipiranga, os Correios da Corte, com as últimas notícias em relação à sua figura e ao Brasil - e com as cartas da princesa Leopoldina e de José Bonifácio -, irado, teria proferido o Grito que separava o Reino do Brasil do de Portugal.
            Ainda no dia 7 de setembro, D. Pedro foi aclamado no Teatro da Ópera de São Paulo, com três “Viva o Primeiro Rei do Brasil”. Retorna ao Rio de Janeiro na noite de 14 de setembro.
            O processo de independência havia galgado mais um degrau, mas ainda não estava completo, pois em todos os decretos, alvarás, provisões e demais diplomas governamentais até o dia 12 de outubro, quando aí sim é proclamado Imperador, inclui-se sempre a seguinte fórmula: “...o Reino do Brasil, de quem sou o Regente e Perpétuo Defensor...” ou ainda “com a rubrica de sua Alteza Real o Príncipe-Regente.
            Em 18 de setembro de 1822 exara-se o decreto que determina a adoção do Brasão de Armas e da Bandeira Nacional do novo Reino. Não se deve esquecer de que as Cortes tinham rebaixado o Reino do Brasil, pelo menos, na Bandeira da Constituinte. O Príncipe-Regente deveria instituir nova Bandeira, mas tudo sob a tutela de seu Augusto Pai. Uma Nação com Dois Reinos. A ruptura total só viria a acontecer em 12 de  outubro. A heráldica esclarece esse processo gradativo de independência de maneira exemplar, como se pode observar pela sua íntegra:

Havendo o Reino do Brasil, de quem sou Regente e Perpétuo Defensor, declarado sua Emancipação Política, entrando a occupar na Grande Família das Nações o lugar que justamente lhe compete como Nação Grande, Livre e Independente; sendo por isso indispensável que elle tenha hum Escudo Real D’Armas, que não só o distingão das Armas de Portugal e Algarves até agora reunidas, mas que sejão  características deste rico e vasto continente; e Desejando Eu que se conservem as Armas que a este Reino forão dadas pelo Senhor Rei Dom João VI, Meo Augusto Pay, na Carta de Ley de 13 de Maio de 1816 e ao mesmo tempo Rememorar o primeiro Nome que lhe foi imposto no seu feliz Descobrimento e Honrar as dezenove Províncias comprehendidas entre os Grandes Rios, que são seus limites naturaes e lhe formão sua integridade que Eu Jurei sustentar: Hey por bem, e com o Parecer de Meo Conselho d’Estado, Determinar o seguinte: - Será d’ora em diante o Escudo deste Reino do Brasil, em campo verde huma esphera Armilar de ouro atravessada por uma Cruz da Ordem de Christo, sendo circulada a mesma Esphera de dezenove Estrelas de prata em uma orla azul; e firmada a Coroa Real Diamantina sobre o Escudo, cujos lados serão abraçados por dois ramos das plantas de Caffé e Tabaco, como Emblemas de sua riqueza comercial, representados na sua própria cor e ligados na sua parte inferior pelo Laço da Nação. A Bandeira Nacional será composta de hum paralellogramo verde e nelle inscripto hum quadrilátero rhomboidal côr de ouro, ficando no centro deste Escudo das Armas do Reino do Brasil. – José Bonifácio de Andrada e Silva, do Meo Conselho de Estado e do Conselho de Sua Magestade Fidelíssima o Senhor Rey Dom João Sexto e Meo Augusto Pay, e Meo Ministro e Secretário de Estados de Negócios do Reino e Estrangeiros, o tenham assim entendido e faça executar com os Despachos necessários. – Paço em 18 de setembro de 1822. – (ass.) Príncipe-Regente. – José Bonifácio de Andrada e Silva. (Col. De Leys do Brasil de 1822).

Bandeira do Brasil Reino



            Fica claro por este decreto que o Reino do Brasil não aceita o guante das Cortes Constitucionais de Lisboa, Possui agora uma Coroa Real Diamantina, tornando impossível a volta do Reino ao status de Colônia, o Príncipe-Regente governa em nome do Senhor Rey D. João VI que, dependendo da pressão nacional e popular poderá cortar os laços que o unem ao Seo Augusto Pay. Precisava, pois, cavalgar a pressão da maçonaria radical de Gonçalves Ledo sem esquecer o brocardo de Nabuco: “Não se faz a revolução sem os radicais, mas não se governa com eles”. Como já tinha sido eleito Arconte-Rei no Apostolado de José Bonifácio, trata-se agora de ser Grão-Mestre da Maçonaria do arraial do Ledo. É o que consegue, pois, antes do dia 12 de outubro, a 17ª Ata do Grande Oriente do Brasil diz ter ele tomado posse como Grão-Mestre. Deixa-se de apresentar a data, uma vez que os historiadores maçônicos e profanos não chegaram a um acordo sobre o calendário utilizado “pois todo mundo mexe naquela folhinha”. Qual a verdadeira data: 28 de setembro, 4 ou 7 de outubro? Deixa-se o esclarecimento para o futuro. Importa é que nenhuma ata após o 7 de setembro até a última (19ª) faz menção ao mesmo. Tal fato deixa os historiadores maçônicos atônitos, pois não souberam usar a heráldica para explicar os acontecimentos.
            No dia de seu natalício, D. Pedro foi aclamado Imperador com pompa e circunstância – o 12 de outubro de 1822 – data da verdadeira independência urbe et orbi. Exarou o seguinte decreto, publicado no dia seguinte:

Hey por bem Ordenar que, da data deste para o futuro, se use nos ditos Tribunaes e mais Repartições Públicas geralmente do título de Magestade Imperial, quando no expediente dos Negócios se referem à minha Augusta Pessôa; que nas Provisões se principie pela formula seguinte: Dom Pedro, pela Graça de Deos e unanime acclamação dos povos, Imperador Constitucional e Defensor dos povos; Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Império do Brasil; Faço saber, etc. – E que nos Alvarás se use da seguinte: Eu, o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil; Faço saber, etc. Os ditos Tribunaes, Repartições e Autoridades constituídas, a quem pertencer a execução deste Meo Decreto Imperial, o tenhão assim entendido e fação executar. – Paço em 13 de outubro de 1822. (Ass.) O Imperador. José Bonifácio de Andrada e Silva. (Col. De Leys do Brasil de 1822).

            Agora sim, o ex-Príncipe-Regente assumira a sua condição de Imperador e cortara, definitivamente os laços que o amarravam a Seo Augusto Pay. Daí em diante, aclamado, apropria-se de todas as funções de estadista autônomo e independente. Não há de se esquecer do clima conturbado que a recém-nação estava vivendo: os mineiros irriquietos; as tropas portuguesas em pé-de-guerra, principalmente as do Brigadeiro Madeira, um ramo maçônico republicano à espreita de melhores dias; diversas províncias não tinham ainda respondido ao apelo imperial. Em suma, as lealdades ainda estavam divididas. Numa das cartas recebidas às margens do Riacho do Ipiranga no 7 de setembro, a princesa Leopoldina alertava: “(...) As notícias de Lisboa são péssimas: 14 batalhões vão embarcar nas três naus; mando-se imprimir suas cartas, e o povo lisbonense tem-se permitido toda a qualidade de expressões indignas contra sua pessoa; na Bahia entraram os 600 homens e duas ou três embarcações de guerra; e nossa traidoraEsquadra ficou de boca aberta olhando para elas. Na cidade do Rio têm produzido estas notícias o maior alvoroço. – Os Ministros de Estado lhe escrevem esta carta aqui inclusa e assentou-se não mandar os navios para o Sul, porque o Lecor se desmascarou como Maroto, e era capaz de embarcar a tropa para Santa Catarina; a sua vinda depois decidirá se sempre quer mandá-los” (Varnhagen, pg. 212). Imagine-se o que se passava no coração e na mente de um jovem que acabara de completar 24 anos no dia de sua aclamação.
            Finalizando, para apagar o holofote heráldico, no dia 1 de dezembro, data de sua coroação como Imperador, D. Pedro assinou seu primeiro decreto substituíndo a Coroa Diamantina pela Coroa Imperial e estabelecendo a Bandeira que durou até a Proclamação da República:

Havendo sido proclamado com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do Brasil, e a sua elevação à cathegoria de Império pela minha solemne Acclamação, Sagração e Coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: Hei por bem Ordenar que a Corôa Real que se acha sobreposta no Escudo d’Armas, estabelecido pelo Meo Decreto de 18 de Setembro do corrente anno, seja substituída pela Corôa Imperial, que lhe compete, a fim de corresponder ao gráo sublime e glorioso em que se acha constituído este rico e vasto continente. – Paço, 1º de Dezembro de 1822, 1º da Independência e do Império. Ass.) – O Imperador. – José Bonifácio de Andrada e Silva. (Col. De Leys do Brasil de 1822).

Bandeira do Brasil Império

            As duas bandeiras podem ser comparadas: i) a Bandeira do Brasil Reino e ii) a Bandeira do Brasil Império. A primeira durou 73 dias, do 18 de setembro até primeiro de dezembro e a segunda de primeiro de dezembro de 1822 até o 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República, ou seja 67 anos.

Cerimônia da Aclamação do Príncipe D. Pedro I – Debret


            Descrição do evento por Varnhagen: “Às dez horas saía do palácio de S. Cristóvão o Imperador, com a Imperatriz e a princesa D. Maria da Glória, acompanhado pela sua luzida Guarda de Honra. Pelo caminho, e ainda mais na sua chegada ao campo, prorrompiam os vivas por toda parte. Dirigiu-se depois o Imperador, acompanhado de seu ministros e camaristas, à varanda do palacete, no qual estariam umas três mil pessoas. Ouviu o largo discurso do presidente da municipalidade, que por vezes foi interrompido de vivas pelo povo; respondeu aceitar o título, convencido de que tal era a vontade geral dos povos do Brasil. Desfilaram depois as tropas; seguiu o Imperador, a pé, apesar da chuva, até à Capela Imperial, onde assistiu aoTe Deum, e logo passou ao palácio a dar beija-mão, e à noite compareceu ao teatro”(Varnhagen, pg.228).
            O jornal da época O Espelho, assim descreve o fato: “...pelas dez horas da manhã saiu Sua Majestade Imperial, acompanhado de Sua Esposa e da Sereníssima Princesa D. Maria da Glória, do Paço Imperial da Boa Vista, com o trem seguinte: Precedia a Guarda de Honra de Sua Majestade, composta de paulistas e fluminenses e por batedores dois exploradores  e oito soldados da mesma Guarda. Seguiam-se três moços da estribeira, sendo um índio, outro mulato e o terceiro negro. Ia depois o coche que conduzia Suas Majestades o Imperador e a Imperatriz e a Sereníssima Princesa, sendo puxado a oito cavalos, tendo ao lado quatro moços da estribeira. Acompanhava a Guarda de Honra, comandada pelo seu chefe, o Coronel Antônio Leite Pereira da Gama Lobo. Seguia o coche de Estado e após este outro, com os dois camaristas a serviço de Suas Majestades. Apenas entraram na mencionada praça, começaram os mais altos e freqüentes vivas...” (apud Varnhagen, pg. 228).
            O Barão do Rio Branco também dá a sua contribuição sobre o evento: “Esta foi a resposta do Imperador: “Aceito o título de Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, porque, tendo ouvido o meu Conselho de Estado e de Procuradores-Gerais, e examinando as representações das câmaras, das diferentes províncias, estou intimamente convencido de que tal é a vontade geral de todas as outras, que, só por falta de tempo, não têm ainda chegado”. Esta resposta impressa na Tipografia Nacional, foi na mesma ocasião lançada da varanda, e espalhada pelo povo. A artilharia deu então uma salva de cento e um tiros, e a infantaria três descargas... Depois do Te Deum, as tropas se formaram, em parada, no Largo do Paço, dando a infantaria outras três descargas e a artilharia uma segunda salva de cento e um tiros” (R.B. apud Varnhagen, pg. 229).
            Esclarecidos esses pontos, passa-se a apontar as perplexidades dos historiadores maçônicos no tocante aos fatos apontados acima. Os profanos ficam para uma segunda oportunidade.


V – A Perplexidade dos Historiadores Maçônicos

            Vários escritores e historiadores maçônicos, por não entenderem o relatado acima sobre a diferença entre o Brasil Reino e o Brasil Império, cometem as maiores barbaridades nas suas interpretações.
            Começa-se pelo mais furibundo historiador maçônico – A. Tenório d’Albuquerque. Apesar de já ter dado um grau 33 a Tiradentes antes da formação do Rito Escocês Antigo e Aceito, no seu opúsculo José Bonifácio – o Falso Patriarca, deita a seguinte verrina:
            “(...) Um fato há, de excepcional gravidade, praticado por José Bonifácio, como Ministro, a que ainda não vimos a menor referência por parte dos nossos historiadores, aprendizes ou Mestres.
            José Bonifácio escamoteou a nossa Independência. Ele a ocultou indevidamente aos países estrangeiros, talvez ainda com a ilusão – que ilusão! – de ver realizado o seu ideal de Reino Unido Portugal-Brasil” (Alburquerque, pg. 83).
            “(...) Em 4 de outubro de 1822, José Bonifácio ainda escrevia para o estrangeiro sem tratar D. Pedro I de Imperador!!!
            Tal fato ocorreu já um mês e meio depois da proclamação da Independência no Grande Oriente do Brasil e quase um mês depois do 7 de setembro!
            Insistimos em dizer: José Bonifácio era contrário à Independência do Brasil” (Albuquerque, pg. 87).
            No caso de Albuquerque não é bem perplexidade e sim incompetência historiográfica, pois seu fundamentalismo anti-José Bonifácio o leva a extrapolar o quadro da ciência histórica e ingressar na polêmica jornalística.
            Já os irmãos Ferreira – Manoel Rodrigues e Tito Lívio – introdutores dos malfadados conceitos de maçonaria azul e maçonaria vermelha, apesar de não serem apreciadores do Patriarca, pelo menos ficam perplexos com a incompreensão dos fatos vividos naquela época.
            A perplexidade começa com o Edital do Senado da Câmara do Rio do dia 21 de setembro de 1822, calcado no mesmo ofício que o mesmo Senado enviou ao de São Paulo no dia 17 de setembro. Tanto um como outro “também nada fala[m] sobre o ato do dia 7 de setembro em São Paulo, ignorando-o. Simplesmente diz que o Brasil estava dirigindo a grande obra da Independência. Nada mais” (Ferreira, pg. 239).
            Até D. Pedro recebe um puxão de orelhas dos irmãos Ferreira, fato inusitado, pelo menos na historiografia moderna:
            “No dia 22 de setembro de 1822, D. Pedro escreve a D. João VI:
            ‘Meu Pai e Senhor
            Tive a honra de receber de Vossa Magestade uma carta datada de 3 de agosto, na qual Vossa Magestade me repreende pelo meu modo de escrever e falar da facção luso-espanhola (se Vossa Magestade me permite, eu e meus irmãos brasileiros lamentamos muito e muito o estado de coação em que Vossa Magestade jáz sepultado); eu não tenho outro modo de escrever, e como o verso era para ser medido pelos infames deputados europeus e brasileiros do partido dessas despóticas Cortes executivas, legislativas e judiciárias, cumpria ser assim; e como eu agora, mais bem informado, sei que Vossa Magestade está positivamente preso...’
            E continuava D. Pedro:
            “Embora se decrete a minha deserção, embora se cometam todos os atentados que em Clubes Carbonários forem forjados, a Causa Santa não retrogradará, e eu antes de morrer direi aos meus caros brasileiros: Vede o fim de quem se expôs pela Pátria, imitai-me”.
            E mais adiante continuava D. Pedro a chamar as Cortes de Lisboa de “facciosas, horrorosas, maquiavélicas, desorganizadoras, hediondas e pestíferas...”
            E terminava:
            “Peço a Vossa Magestade que mande apresentar esta às Cortes! às Cortes, que nunca foram gerais, e que são hoje em dia só de Lisboa, para que tenham com que se divirtam, e gastem ainda um par de moedas a esse tísico tesouro”.
            Dom Pedro se esquecia de que, tendo proclamado a Independência do Brasil, era chefe de uma Nação soberana e que, portanto, não podia mais enviar uma carta naqueles termos ao chefe de outra Nação, inclusive ao parlamento dessa outra Nação. Esqueceu-se D. Pedro de enviar um documento diplomático a D. João VI, comunicando a separação de ambos os Reinos” (idem, pg.241). 
            O Senado da Câmara de São Paulo também não escapa à crítica dos irmãos Ferreira: “(...) Esta exigência sim, estava no ofício do dia 17 de setembro, dirigido pelo Senado da Câmara do Rio ao de São Paulo.
            Ressaltemos pois, a ingenuidade daquele Senado da Câmara de São Paulo, ainda expressando as tradições monarquistas de São Paulo, ao lamentar o estado de prisão em que se achava D. João VI em Lisboa (...)” (idem, pg. 249).
            As suas perplexidades também se voltam em direção à maçonaria: “(...) Na ata (do GOB) desse dia 7 de outubro, nada há também sobre o Grito do Ipiranga. Não foi feita menor referência à proclamação da Independência, feita por D. Pedro em São Paulo, exatamente um mês antes. Mais uma vez, evidencia-se que a Maçonaria ‘Vermelha’ ignorou o brado de ‘Independência ou Morte’, nome de uma ‘palestra’ do Apostolado ‘Azul’. (...) Na peça oratória, o Brigadeiro Alves Branco também não faz alusão ao Grito do Ipiranga” (idem, pg. 254).


VI - Conclusão

            O Sete de Setembro somente começou a ser feriado nacional oficial a partir do Decreto nº 1285 de 30 de novembro de 1853 quando se inicia o processo de montagem do imaginário coletivo sobre a independência num país tão pobre de ícones cívicos, tanto monárquicos quanto republicanos.
            Espera-se que essa contribuição da heráldica para a história possa esclarecer alguns pontos que causaram e ainda causam confusão, até os dias de hoje.
            Os maçons do GOB possuem um acervo inestimável de documentos históricos que exigem a sua exegese para esclarecer vários pontos, ainda obscuros, sobre a nossa independência. Está surgindo uma nova geração de maçons historiadores que poderão receber a tocha sagrada de Nicholas Aslan, Kurt Prober, José Castellani e tantos outros que engrandecem as pesquisas históricas maçônicas no Brasil contemporâneo.
            O momento é o de desmistificar alguns traços impingidos como história na mente dos maçons, procurando extrair os fatos das lendas apresentadas como verdades históricas. Este artigo insere-se nesse movimento e espera-se que tenha auxiliado a esclarecer um pedaço da controversa história da Independência do Brasil. Que outros venham a aprofundar, mais e mais, o nosso profundo acervo cultural.
            Basta de tomar partido entre José Bonifácio e José Gonçalves Ledo como se estivessem numa rinha de galos. Ambos deram a sua contribuição ao Brasil e à Maçonaria. Não eram anjos nem demônios, eram simplesmente homens lutando por aquilo em que acreditavam piamente.
            Basta de tribunais da Santa Inquisição, seja na história do Brasil ou universal, buscando julgar, muitas vezes sem muita base, como se viu acima, lançando anátemas contra pessoas ou instituições. Trata-se de ajudar os maçons não-historiadores a compreender e encaixar os nossos Pais Fundadores no seu momento histórico.
            A sorte está lançada, que venha a nova geração que possa destravar o Brasil.

 MONOGRAFIAS MAÇÔNICAS
pelo Ven.Irmão WILLIAM ALMEIDA DE CARVALHO 33


BIBLIOGRAFIA

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